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Santo André lidera mortes no trânsito
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
25/04/2007 | 07:01
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Santo André é a sétima colocada no ranking de mortes por acidentes de trânsito no Estado de São Paulo. Na região, é a cidade onde mais se morre por acidente. Os números são do Ministério da Saúde, com base nas internações na rede pública entre janeiro de 1998 e janeiro de 2007. No período, foram 4.962 vítimas. Santo André só perde para Ribeirão Preto, Santos, Guarulhos, Campinas, Osasco e a Capital, que, sozinha, somou 67.973 mortos durante o período.

Entre os 25 municípios com maior número de vítimas fatais por conta de acidentes de trânsito estão outras três cidades do Grande ABC: São Bernardo (14ª colocada, com 3.534 vítimas), Diadema (16ª, com 2.878) e Mauá (22ª, 2.625). Apesar de altos, os números escondem uma realidade ainda pior, uma vez que só são contabilizados no ranking os casos em que os acidentados chegaram com vida ao hospital.

Estudo feito pela ANTP (Associação Nacional dos Transportes Públicos), em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), estima que os acidentes de trânsito causam um impacto de R$ 22 bilhões por ano à economia nacional. O custo abrange gastos com o tratamento médico, afastamento do posto de trabalho das vítimas e danos à via na qual ocorreu a colisão.

Após o novo Código Brasileiro de Trânsito ser colocado em prática, no fim da década de 1990, as prefeituras são obrigadas a destinar 5% da arrecadação com multas em projetos de educação de trânsito. Segundo especialistas, essa é a principal arma para tentar reverter o quadro negativo da região. Cada município utiliza a verba a seu modo. Em Diadema, por exemplo, as escolas municipais foram decoradas com sinalização viária. São Bernardo mantém, há seis anos, um centro de reflexão do trânsito, voltado especialmente para crianças. As duas cidades apostam na educação de trânsito desde a infância.

Entre 2002 e 2006, o número de colisões aumentou 10,2% nas sete cidades da região. Em 2002, foram 29.538 choques, frente a 32.565 ocorridos em 2006. Procuradas pela reportagem, as prefeituras de Santo André, São Caetano e Mauá não se pronunciaram sobre o assunto.

Seqüelas - A viagem entre a casa do namorado, em Diadema, e a sua residência, em São Bernardo, deveria durar apenas cinco minutos. Para Maria Cláudia Polato, 23 anos, ela ainda não terminou. A funcionária pública não se lembra do momento em que um ônibus bateu em sua moto na Avenida Prestes Maia. “Foi tudo muito rápido.” Acordou assustada, nos braços do namorado.

No acidente, Maria Cláudia perdeu dois dentes, teve escoriações por todo corpo e o joelho destroçado. Por pouco uma trombose não a obrigou a amputar a perna. Foram 21 dias internada no hospital. Mais um tempo para deixar a cadeira de rodas.

Só em dezembro do ano passado, oito meses depois do acidente, é que Maria Cláudia se livrou da bengala. Ainda faz fisioterapia no Hospital Mário Covas, em Santo André, para recuperar os movimentos da perna machucada.

“Nunca mais corri, nunca mais pulei, nunca mais consegui subir uma escada sem me apoiar em algo. Minha vida mudou de cabeça para baixo”, afirma a funcionária pública.




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