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Zig Zag
Ricardo Ditchun
Do Diário do Grande ABC
22/10/2006 | 17:58
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Brasileiros e argentinos misturados, sem a popular – e no mais das vezes ridícula – rixa que esse encontro costuma avivar. É que não tem futebol nessa pauta, mas arte, uma espécie de atalho que conduz ao aspecto universal da criatividade, mas no entanto permitindo o afloramento de semelhanças e diferenças.

Zig Zag é o nome da exposição coletiva que abre terça-feira, às 20h, na Galeria Berenice Arvani, em São Paulo. Ao todo, são 30 obras em exibição, assinadas por oito artistas, sendo quatro brasileiros e outros tantos argentinos. A intenção é oferecer ao público dois dois países (após São Paulo, onde permanece até 10 de novembro, Zig Zag segue para Buenos Aires) uma amostra do talento de criadores que ajudam a formar o panorama atual da arte contemporânea praticada aqui e no território vizinho.

Estão em jogo, além disso, segundo o argentino Horácio Zabala, o curador, proposições de estilo e técnica, olhares trocados, sonoridades entre os idiomas praticados e, óbvio, os fundamentos estéticos comuns a cada “escola”.

Para tanto, os protagonistas são: (do Brasil), Leila de Sarquis, Fernanda Amalfi, Maria Vilares e Coca Rodriguez; (da Argentina) Ana Erman, Carla Rey, Silvana Blasbalg e Zina Katz. Também notável, como se vê, é o fato de o trabalho de curadoria ter selecionado apenas mulheres. Nada de feminismo, apenas a preocupação de ampliar o espaço que certamente essas artistas merecem. Por esse motivo, a mostra exala uma intensa aura de sensibilidade.

Para Zig Zag, as artistas se manifestaram com obras concebidas especialmente para a ocasião ou por meio de peças que atendem a projetos estéticos já mais ou menos consolidados. As técnicas empregadas vão da pintura às instalações. Passam ainda pela apresentação de objetos, desenhos, gravuras e fotografia.

Leila exibe duas instalações da série Espelho Desdobrado, que questiona a multiplicidade e a unidade. Fernanda trata da noite a partir do tema Insetos Noturnos. Maria manipula materiais diversos e, em Zig Zag, mostra a mistura de uma trama de pvc e nanquim em papel. Coca exibe desenhos sobre telas enceradas dispostas como álbuns panorâmicos. Essas, as brasileiras.

Da Argentina, Ana mistura em uma parede de 4 metros xilografia, laser, plotagem, fotografia digital e desenho. Carla apresenta imagem fotografada sobre papel feito à mão. O mundo da comida, e a relação que homens e insetos travam com ele, é a pesquisa de Silvana. Por fim, Zina, e sua notável transformação de fotografias em desenhos.

Zig Zag – Coletiva de artistas brasileiras e argentinas. Abertura terça-feira, às 20h. Na Galeria Berenice Arvani – r. Oscar Freire, 540, São Paulo. Tels.: 3082-1927 e 3088-2843. De segunda a sexta, das 10h às 19h. Até 10 de novembro. Preço das obras: de R$ 1 mil a R$ 15 mil.




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