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SP-ARTE traz artistas de todo o mundo, além de movimentar mercado
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02/04/2019 | 06:58
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Cinco dias dedicados a conectar artistas, obras, galeristas, museus, colecionadores e apreciadores. Assim será a SP-Arte - Festival Internacional de Arte de São Paulo, que chega à sua 15ª edição. Voltado ao mercado de arte, mas aberto ao público em geral, o evento será realizado entre esta quarta-feira, 3 (para convidados), e domingo, 7. O maior festival de arte da América Latina, em 2019, bate recorde: reunirá mais de 2 mil artistas e 164 expositores brasileiros e internacionais, nos 27 mil metros quadrados de área do Pavilhão da Bienal, em São Paulo. Visitas guiadas ajudarão o público - estimado em 37 mil pessoas neste ano - a explorar todos os andares da feira.

"Ao longo de seus 15 anos de existência, a SP-Arte ampliou sua missão e colaborou com a profissionalização do mercado e com a expansão do colecionismo no Brasil", afirma Fernanda Feitosa, diretora e fundadora do festival. Segundo ela, mais do que inserir novos artistas na cena artística mundial, a SP-Arte tem papel de fomentar a cultura no Brasil.

São esperados curadores, colecionadores e diretores de grandes museus. Entre as galerias confirmadas, estão as estrangeiras David Zwirner, de Nova York, a Neugerriemschneider, de Berlim, e a Lisson, de Londres, além das nacionais Almeida e Dale, Luciana Brito e Bergamin & Gomide, todas de São Paulo. Obras de artistas famosos como Anita Malfatti e Di Cavalcanti estarão expostas nos estandes - e, claro, à venda para os interessados.

Poderão ser encontrados na SP-Arte artistas previstos para participar da 58ª Bienal de Veneza, um dos maiores eventos de arte do mundo, que ocorre em maio. Entre eles, Bárbara Wagner & Benjamin de Burca, dupla que representará o Brasil no evento italiano, no estande da Fortes; bem como, no acervo da galeria Lisson, trabalhos de Laure Prouvost, representante da França na Bienal.

Para além das galerias de arte, a SP-Arte expandiu o número de expositores de design, setor que também incorpora processos e questionamentos do fazer artístico. Serão 45 galerias (sendo uma também de arte), doze a mais em relação ao ano passado. "É uma tendência no exterior. A fronteira entre arte e design está cada vez mais tênue", diz Fernanda. De designers independentes às renomadas marcas Sollos e Louis Vuitton, tais galerias reunirão, inclusive, móveis assinados por Oscar Niemeyer, que também projetou o prédio que recebe o festival.

A programação da SP-Arte também inclui um ciclo gratuito de debates sobre colecionismo de arte contemporânea. Todos eles ocorrerão no auditório do MAM-SP, que fica ao lado do Pavilhão da Bienal, dentro do Parque do Ibirapuera.

Chamada Talks, a seção contará com a participação de colecionadores e diferentes especialistas, como Hélio Menezes e Lilia Schwarcz, do time curatorial da mostra Histórias afro-atlânticas, um dos destaques do Masp no ano passado. Diane Lime, do Valongo Festival de Imagem, é outra especialista confirmada. Experiências também poderão ser compartilhadas na iniciativa Meet the Artists, nova categoria de encontros entre autores para compreensão dos processos criativos das obras.

Ocupar a cidade como um todo é mais um intuito do evento. Por isso, faz parte da programação uma proposta paralela, a Gallery Night, cujo segundo dia será realizado nesta terça-feira, 2, das 17h às 21h. Como um pontapé para o festival que ocorre no Pavilhão, galerias de São Paulo apresentam novas exposições, em horário estendido. Outros centros culturais também estão aproveitando o contexto da SP-Arte para lançar novos projetos.

A edição da SP-Arte deste ano também conta com as já tradicionais seções Solo, Performance e Masters.

Mercado

Ninguém compra uma obra de arte de uma hora para outra. "Os processos são longos e envolvem várias visitas a exposições e feiras", revela Fernanda Feitosa. Sobre os efeitos da crise financeira, ela comenta que o mercado de arte não é imune às turbulências econômicas, mas apresenta comportamento diferente: é o último a ser afetado e o primeiro a se recuperar. "A crise é mais breve", diz. "Além disso, grandes mestres da arte, como Pablo Picasso, nunca perdem valor de compra e venda."

Fernanda nota um amadurecimento do mercado de arte brasileiro. "Sem dúvida alguma, a SP-Arte teve um papel importante nesse movimento, que parece ainda ter muito a trilhar nessa direção", completa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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