Cultura & Lazer Titulo
Paralamas e Titãs juntos e ao vivo em CD e DVD
24/06/2008 | 07:05
Compartilhar notícia


Os fãs das duas maiores e mais longevas bandas brasileiras de pop rock, Titãs e Paralamas do Sucesso, têm à disposição a partir desta semana novos CD e DVD com atuações colhidas na excursão que as duas bandas fizeram juntas pelo País a partir de novembro do ano passado. ‘Qual é a vantagem?', perguntará o leitor. Este é o terceiro encontro musical dos supergrupos nacionais (já fizeram CDs em 1988 e 1992).

Segundo os próprios músicos anunciam, Paralamas e Titãs - Juntos e Ao Vivo (EMI) pela primeira vez é uma jam session de verdade. Ou seja: Paralamas encaram clássicos dos Titãs e vice-versa. E a base musical é feita conjuntamente por todos, como se fosse uma big band.

"Cada um escolheu as músicas do repertório do outro. Diversão, por exemplo, que a gente nem tocava mais em shows, eles escolheram para o disco. Já o (Sérgio) Britto queria muito A Novidade, e nós escolhemos essa. A gente ficava se vingando uns dos outros e realizando os desejos de cada um", brinca Paulo Miklos, cantor dos Titãs.

De fato, as bandas revisitam um repertório que remonta os 25 anos de carreira de cada grupo. Canções antigas, que estavam perdidas em suas discografias, como Trac-Trac e Óculos (Paralamas) e Go Back e Comida (Titãs) estão de volta - em geral, umas e outras filtradas pela interpretação típica de cada grupo.

"O disco tem essa característica, de refletir essas nossas carreiras que são um pouco espelhadas", diz Miklos. "Mais do que a proximidade, o coleguismo, havia entre a gente também uma competição saudável. Esses trabalhos mostram a proximidade real que a gente tem. Havia algo de estimulante, de perceber os caminhos que o outro estava trilhando."

Alguns temas foram deliberadamente "espelhados". Por exemplo: estão juntos Selvagem, dos Paralamas, e Polícia, dos Titãs, como num medley. "São canções representativas de uma época, sobre a questão da violência policial, que sobrepujava a violência dos fora-da-lei. Havia no comportamento policial resquícios da opressão que reinou na ditadura", diz o baterista João Barone, dos Paralamas.

O que chama a atenção, concordam Miklos e Barone, é que parte daquelas leituras se mantém atual. "Um país onde a ausência do Estado gera situações como essa", disse Barone, referindo-se ao caso no qual oficiais do Exército entregaram jovens para serem mortos por narcotraficantes.

Além da mesma matriz, os mesmos discípulos, como Andreas Kisser, ex-Sepultura, e Samuel Rosa, do Skank, são os convidados ilustres.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;