Setecidades Titulo Meio Ambiente
Região tem 399 áreas contaminadas

Número de terrenos sob risco ambiental entre as sete cidades teve alta de 121,67% entre 2005 e 2015

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
15/04/2017 | 07:00
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Celso Luiz


A quantidade de terrenos contaminados entre as sete cidades da região, listados em relatório da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), aumentou 121,67% no período de dez anos. Conforme levantamento anual de 2015, o mais recente, são 399 as áreas que apresentam algum tipo de risco ambiental, enquanto em 2005 eram 180. O número no Grande ABC corresponde a 7,42% do total de locais infectados em todo o Estado, que tem 5.376 endereços problemáticos.

Os postos de combustíveis continuam a ser os principais vilões do solo e equivalem, hoje, a 63,9% das áreas com riscos ambientais listadas no relatório estadual na região – são 255 estabelecimentos.

Em 2005, eram ao menos 133 endereços comerciais destinados à venda ou ao armazenamento de gasolina, etanol e diesel, – 73,8% do total de terrenos contaminados à época. No Estado de São Paulo, o tipo de atividade também se destaca, com 3.979 registros (74% do total).

As áreas onde estão ou já estiveram localizadas indústrias respondem à segunda maior quantidade de endereços contaminados entre as sete cidades: 106 locais, ou 26,56% do total. Dez anos antes, 33 terrenos com atividades industriais apareciam na lista, correspondendo a 18,33% do total. São 917 espaços do tipo (17%) no Estado.

Os comércios aparecem como terceira maior fonte de poluição do solo no Grande ABC, com 54 pontos problemáticos conforme a Cetesb (13,53%). Em 2005, o setor gerou danos a nove terrenos (5% total). Entre todas as áreas avaliadas pela companhia no Estado, 278 (5% do total) desenvolvem atividade comercial.

Entre as sete cidades, Santo André desponta como território com maior quantidade de terrenos contaminados que aparecem na lista estadual (142 espaços). O município é seguido por São Bernardo (89), São Caetano (54), Mauá (42), Diadema (31), Ribeirão Pires (17) e Rio Grande da Serra (dois). Há dez anos, São Bernardo contabilizava o maior número de áreas problemáticas (64).

A quantidade maior de postos de combustíveis na listagem dos terrenos contaminados se deve, na visão da docente do curso de Engenharia Ambiental e Urbana da UFABC (Universidade Federal do ABC) Giulliana Mondelli, à facilidade de identificação dos espaços. “Já é conhecido que se trata de atividade poluidora e contaminante. Boa parte destes locais tem tanque enterrado. Agora, o que precisa haver é preocupação maior com as áreas públicas contaminadas que não aparecem na listagem”, alerta.

Para o professor do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Metodista Bruno Garré, embora assuste o aumento das áreas sob risco ambiental na listagem da Cetesb, o cenário indica que o órgão estadual está atuante. “A fiscalização vai sendo maior, principalmente em relação aos postos de combustíveis, os quais tiveram de se adaptar à nova legislação, desde 1997, com a necessidade de troca dos tanques de combustíveis”, observa.

Segundo a Cetesb, o número crescente de registros de terrenos sob risco ambiental no Estado demonstra o esforço da companhia na identificação de novas áreas. “A descoberta de áreas contaminadas se deve às ações preventivas e corretivas desenvolvidas pela equipe técnica da diretoria de controle e licenciamento ambiental da Cetesb. Outra fonte de incremento da listagem são aquelas consideradas suspeitas e em fase de investigação”.

A companhia ambiental explica ainda que a origem das áreas contaminadas está relacionada ao desconhecimento, em épocas passadas, de procedimentos seguros para o manejo de substâncias perigosas, bem como ao desrespeito a estes procedimentos seguros. E também atrela o problema à ocorrência de acidentes ou vazamentos durante o desenvolvimento dos processos produtivos, de transporte ou de armazenamento de matérias-primas e produtos.

Desde maio de 2002, a companhia divulga a relação de terrenos sob risco ambiental e que podem gerar problemas como danos à saúde, comprometimento da qualidade dos recursos hídricos, restrições ao uso do solo e danos ao patrimônio público e privado, com a desvalorização das propriedades, além de danos ao meio ambiente. 




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