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José Augusto estabelece saúde como grande meta
Por Eduardo Reina
Evelize Pacheco
Giba Bergamim Jr.
Do Diário do Grande ABC
17/10/2004 | 14:22
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O candidato a prefeito de Diadema José Augusto da Silva Ramos (PSDB) resolveu quebrar o silêncio e, pela primeira vez nessa campanha, expôs suas propostas para governar a cidade. Em entrevista ao Diário, o tucano elencou os setores de saúde, geração de empregos, segurança, educação e esportes como prioridades. Porém, José Augusto não apresentou planos específicos para nenhum dos itens e preferiu atacar a atual gestão, do prefeito José de Filippi Júnior (PT), seu adversário neste segundo turno. Embora diga que faltem médicos na cidade, o tucano não soube informar o tamanho do déficit. O candidato disse ainda que pretende construir um estádio de futebol. Médico, José Augusto estabelece como grande meta melhorar a área de saúde. Ele não quis falar sobre a denúncia publicada pelo Diário sobre a rede de entidades que distribuem cestas básicas e leite, coordenadas por ex-assessores. Leia os principais trechos da entrevista.

DIÁRIO – O que o senhor tem a dizer sobre a denúncia da rede de entidades de entrega de cestas básicas e leite que envolve seu nome?

JOSÉ AUGUSTO DA SILVA RAMOS – Eu vim aqui para falar de plano de governo, só sobre isso.

DIÁRIO – Então, quais os principais pontos de seu plano de governo?

JOSÉ AUGUSTO – O primeiro ponto é a questão da saúde – 80% da população coloca como prioridade para o próximo governo. Segundo, a questão do emprego. Terceiro, a segurança. Quarto, a questão da educação e o quinto ponto, esporte, cultura e lazer. Esses cinco pontos são importantes para a cidade, porque acima de 50% dos entrevistados apontam isso como melhorias necessárias. Faltam médicos na cidade.

DIÁRIO – Quanto seria necessário para contratar médicos, qual o tamanho de déficit deste tipo de profissional na cidade?

JOSÉ AUGUSTO – Não tenho idéia de quantos médicos a Prefeitura tem. Tem alguns problemas que estão relacionados à política de recursos humanos, e vamos resolver esse problema gerencial. Daremos outra definição a esse aspecto da saúde, trabalharemos em dois níveis – temos as urgências e nós temos as patologias que são comuns. Vamos construir ou ampliar, não sei se existe hoje, mas conheço a necessidade de demanda que são as especialidades.

DIÁRIO – Qual é a sua proposta para combater o desemprego?

JOSÉ AUGUSTO – Nós sabemos que a questão do desemprego se relaciona a uma crise nacional. A partir do momento em que essas montadoras do ABC passaram a importar a maioria das peças que compõem o veículo, e a forma com que eles começaram a organizar a sua montagem, isso gerou um desemprego em massa. A Prefeitura pode ser responsável pelo aumento do desemprego, no momento em que aumenta os impostos de forma exagerada, que há uma guerra fiscal, as prefeituras oferecem vantagens para uma empresa para poder atraí-las. O prefeito terá de investir na profissionalização dessa população com cursos, pode trazer uma escola técnica para a cidade. Preocupar-se com as empresas, pois muitas estão vivendo com a crise. A estabilização do IPTU, por exemplo, nós vamos ter de ver, não dá para continuar aumentando o IPTU. Cada vez a gente tem perdido mais empresas.

DIÁRIO – O senhor pretende trazer mais empresas para Diadema? Quais os incentivos que poderiam ser oferecidos?

JOSÉ AUGUSTO – Diadema tem dificuldade, é uma cidade que está toda ocupada. É muito difícil você oferecer diminuição de impostos. O que podemos mostrar é a posição importante que Diadema tem hoje; a localização da cidade é importante para qualquer empresa. Se a empresa pensa em exportação, Diadema fica a 60 quilômetros do Porto de Santos. A empresa tem a proximidade com a região industrial do ABC. Diadema é próxima do aeroporto , da Paulista... Diadema tem a situação geográfica importantíssima.

DIÁRIO – Qual é o formato ideal para tornar justa a cobrança do IPTU? É o progressivo, adotado pelas prefeituras do PT, ou alguma outra forma?

JOSÉ AUGUSTO – O IPTU é uma arrecadação importante. Mas a arrecadação mais importante para a nossa cidade é a do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias). Então você perde empresas, você perde IPTU, que representa muito pouco, e perde o ICMS, isso é um prejuízo muito maior. Então tem de ter política que consiga fazer esse equilíbrio.

DIÁRIO – Quanto vai demorar para o senhor conseguir mostrar, pelo menos no Estado, que Diadema tem esse potencial para atrair as empresas?

JOSÉ AUGUSTO – Vamos trabalhar isso no primeiro dia de governo. Tenho hoje o compromisso do governador de trazer uma ETE (Escola Técnica Estadual) para Diadema. Vamos iniciar o governo indicando uma área para ser construída essa ETE. Nós temos a vontade do governador de trazer uma Fatec, não é de hoje.

DIÁRIO – Qual é a garantia que o cidadão de Diadema pode ter que esse acordo, para trazer uma ETE, vai acontecer?

JOSÉ AUGUSTO – Acho que é a garantia da ETE e da Fatec que hoje existem em Mauá, da Fatec que vai ser iniciada agora em São Bernardo, é essa a garantia. O governo do Estado hoje vem investindo em Diadema, então não preciso de garantia.

DIÁRIO – E a questão da segurança, outro ponto destacado em seu plano de governo? Quais são as ações?

JOSÉ AUGUSTO – Diadema tem possibilidade do custo-benefício se instalarmos câmeras. De fazer um estudo sociológico, existe uma ciência chamada epidemiologia social, que levanta todos os dados da sociedade e procura ver os seus agravos e as causas correspondentes.

DIÁRIO – Mas esse projeto já existe, foi feito pelo governo Filippi...

JOSÉ AUGUSTO – Não existe. Ele colocou agora no finzinho do governo dele, colocou algumas (câmeras) no bairro Paineiras e outras no bairro Eldorado. Estou falando na cidade inteira. Isso não é coisa para fim de governo, é para início de governo. Não é a câmera que vai resolver o problema, mas sim o trabalho posterior, é construir uma consciência. Não pense que ter a câmera, ter o centro de monitoramento, vai obter resultados. Tem de criar um núcleo de planejamento formado por instâncias diferentes, com comandos diferentes, Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Guarda Patrimonial da Prefeitura, empresas de segurança, guardas de empresas, para que se consiga entender a necessidade de uma unidade no combate à violência. A Prefeitura não pode ter o sistema dela, tem de ter um sistema de comunicação.

DIÁRIO – O que o senhor está falando é utopia, porque se a Polícia Militar e a Polícia Civil não conseguem se integrar, como será feito neste caso?

JOSÉ AUGUSTO – É um desafio. É difícil, mas vou buscar isso. Diadema vai ser a cidade mais segura da Grande São Paulo.

DIÁRIO – O Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) mostra que do ano passado para este ano diminuiu o número de homicídios...

JOSÉ AUGUSTO – Nós tivemos aí uma coisa importante que foi a Lei Seca, foi de autoria da minha mulher (vereadora Maridite Cristóvão, PPS), que brigou muito para pedir ao prefeito para aceitar isso. Maridite é autora do projeto que o prefeito tentou até esconder. O prefeito nega, eu não.

DIÁRIO – Tudo o que senhor está propondo precisará de verbas. De onde virão?

JOSÉ AUGUSTO – Vamos buscar os recursos, buscar apoio federal, apoio estadual, de empresas.

DIÁRIO – Quais suas metas para as áreas de cultura e esportes?

JOSÉ AUGUSTO – Diadema tem hoje um estádio que está perdido, pequeno, tem uma arquibancada para 5 mil espectadores, que construi no meu governo, há 13 anos. Vou construir o estádio em Diadema. A população pede um estádio, futebol hoje é atividade econômica, gera emprego. Tem uma área que ainda não é ocupada.

DIÁRIO – E essa frente para combater o PT, como o senhor avalia?

JOSÉ AUGUSTO – Não, não tem frente para combater o PT.

DIÁRIO – O sr. não tem mágoa do PT?

JOSÉ AUGUSTO – Não...

DIÁRIO – Nem do Gilson?

JOSÉ AUGUSTO – Não...




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