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Especialistas avaliam uso de gás no teatro em Moscou
Por Da AFP
26/10/2002 | 14:42
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O ataque realizado este sábado em Moscou pelas forças especiais russas, durante o qual mais de 90 reféns morreram, foi uma operação "complexa" e de "alto risco", na qual se utilizou gás paralisante e atiradores de elite, e cujo balanço pode ser ainda mais grave, estimaram três especialistas franceses de luta antiterrorista.

Ao serem consultados pela France Presse, estes três experts acham que esta operação, "complexa, longa e delicada de organizar", devia ter sido lançada "urgentemente" quando os seqüestradores chechenos ameaçaram explodir o teatro.

Segundo o capitão Paul Barril, ex-oficial do Grupo de Intervenção da Gendarmeria Nacional Francesa (GIGN), durante a operação se utilizou um gás paralisante do tipo CS, que provoca uma "perda de agressividade total", atingindo os olhos, as mucosas e as vias respiratórias. Este gás se encontra em doses muito reduzidas em granadas das unidades de manutenção da ordem dos países europeus, explica Barril.

Segundo ele, este gás (mortal quando concentrado em 30 miligramas por metro cúbico de ar) deve ter sido injetado desta vez em estado puro segundos antes do ataque, nas saídas de ar condicionado do teatro, ou nos buracos realizados nas paredes.

"É o equivalente a um milhão de granadas de gás lacrimogêneo lançadas em um lugar fechado!", afirmou Barril.

Após explodirem algumas paredes para entrar por vários lugares diferentes, os atiradores de elite puderam, na sua opinião, neutralizar o comando.

"Pela primeira vez em um ato terrorista se superpuseram dois modus operandis: uma tomada de reféns e uma forte ameaça de atentado suicida com explosivos", disse um especialista próximo ao GIGN, assinalando que o balanço foi "grave", mas que "se podia esperar o pior nesta operação de alto risco" para libertar mais de 800 reféns.

Outro ex-oficial do GIGN indagou se as forças especiais, treinadas para o ataque "brutal", eram "o melhor instrumento" para este tipo de operação. Para este especialista, o balanço de mais de 90 reféns mortos, que pode ser muito mais elevado, será "insuportável" para as opiniões públicas dos países ocidentais "onde o preço da vida não é o mesmo".




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