Segundo os jornais The Sun e Daily Mail, o ministro do Interior, David Blunkett, assinou na sexta-feira uma ordem de expulsão contra o imã de origem egípcia, que tem 44 anos. O porta-voz de Abu Hamza negou o recebimento de qualquer ordem neste sentido. O Ministério do Interior não confirmou ou desmentiu tais informações.

A suposta decisão ocorre após a entrada em vigor, na terça-feira passada, da nova legislação que autoriza o governo a retirar a nacionalidade britânica de qualquer pessoa que represente ameaça aos interesses do país.

Abu Hamza, que obteve a nacionalidade britânica após casar com uma inglesa, em 1981, teria dez dias para recorrer da decisão, segundo os jornais.

Abu Hamza foi destituído em 4 de fevereiro passado de suas funções na mesquita de Finsbury Park (norte de Londres) por "fazer declarações políticas deslocadas". Em sua pregação desta sexta-feira, diante da mesquita de Finsbury Park, Abu Hamza criticou a invasão do Iraque e chamou o presidente George W. Bush de "Genghis Kan deste século". O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, foi qualificado de "criada" do presidente americano.

Logo após os atentados de 11 de setembro, o imã já havia causado escândalo ao chamar Osama Bin Laden de "homem de bem" e qualificar os terroristas de "mártires".

Abu Hamza, filho de um oficial do Exército egípcio, chegou a Londres em 1979, mas lutou três anos e meio contra a ocupação soviética no Afeganistão a partir de 1989, perdendo as duas mãos e um olho na explosão de uma mina no território afegão.