Em ato que oficializou a adesão da ex-presidenciável do PSB Marina Silva à sua candidatura, Aécio Neves, candidato do PSDB na corrida pelo Planalto, comparou o atual embate político com o enfrentado pelo seu avô Tancredo Neves, em 1985. Tancredo foi um dos políticos a liderar o movimento das Diretas Já, que restabeleceu o pluripartidarismo no País, encerrando a ditadura militar que perdurou por 20 anos no Brasil.

“Hoje temos outro desafio, que não é menor do que aquele (de 1985), que é encerrar um ciclo. Há quase 30 anos participei da construção da aliança democrática, cujo o objetivo era encerrar um período autoritário, que era ditadura. Ali, muitas forças, de diferentes frentes ideológicas, se uniram à candidatura do Tancredo em torno de um projeto maior”, relembrou Aécio. Tancredo foi eleito presidente do Brasil, mas morreu antes de tomar posse – José Sarney assumiu a cadeira.

A comparação de cenários feita pelo presidenciável tucano ocorreu ao avaliar a ampla adesão à sua candidatura de partidos derrotados no primeiro turno, ante a candidatura de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Com exceção do PPL, que declarou neutralidade, PPS, PHS, PSL e PRP, que apoiaram a chapa da ex-senadora, fecharam com o nome do PSDB. “Agora estamos nos unindo em busca da mudança. Para acabar com governo que perdeu as condições de governar o Brasil, pelo fracasso na economia, na gestão pelo Estado e pelo descompromisso com a ética”, considerou o senador mineiro.

O encontro público organizado ontem que selou apoio de Marina à candidatura de Aécio foi marcado por lista de elogios de ambas as partes e pela presença de importantes políticos do País, como o senador Pedro Simon (PMDB-RS), cujo o partido está coligado com o projeto de reeleição de Dilma – vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB) foi mantido na chapa.

Marina destacou as razões para declarar seu apoio. “Após série de discussões, tomamos a decisão, inclusive eu, interpretando o que aconteceu no País nos últimos 20 anos e dando um salto de qualidade de que os apoios precisam ser muito mais do que pragmáticos, precisam ser programáticos”, justificou.

Com rabo de cavalo, fugindo do tradicional visual de coque, a ex-presidenciável promoveu momento de descontração durante o evento, recebendo elogios de Aécio. “Ela está bem bonita”, afirmou o tucano.

Marina argumentou que a mudança no cabelo foi feita por problema de saúde. “Estive bem gripada e dizem que não é bom prender o cabelo quando está molhado em um estado gripal”, disse a socialista, de maneira descontraída.