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Venda de carros zero cresce 18% neste ano
Leone Farias
Com Agências
04/05/2010 | 07:00
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A indústria automobilística brasileira atingiu nova marca histórica, com a venda de 1.065.889 veículos zero-quilômetro no primeiro quadrimestre. Foi 18% mais que no mesmo período de 2009, quando foram comercializadas cerca de 902,7 mil unidades, de acordo com o apurado pelo Diário junto a fontes do setor. O recorde nos quatro meses iniciais, até agora, era de 2008 (909,2 milhões de veículos vendidos).

Segundo especialistas, o forte desempenho do segmento (os números incluem as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) neste início de ano se deve, sobretudo, ao estímulo dado ao consumidor com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que vigorou até 31 de março.

Desde abril, os carros a álcool ou flex de 1.000 cilindradas tiveram o retorno da alíquota cheia do IPI (que voltou a 5%, frente aos 3%, com o incentivo). Já nos de até 2.000 cilindradas, o percentual passou de 7,5% para 11%. Para caminhões, a isenção do tributo permanece até junho, quando a alíquota retorna a 5%. O incentivo, concedido em dezembro de 2008 e que até o fim de 2009 valia também para os carros a gasolina.

O consultor automotivo Paulo Roberto Garbossa cita que o IPI reduzido ainda favoreceu as vendas das fabricantes em abril, já que as concessionárias tinham muito estoque faturado com preço antigo.

Com isso, a comercialização (277.882 unidades) foi superior no mês passado na comparação com igual mês de 2009. No entanto, houve recuo (de 21%) na venda de carros novos no mês passado em relação a março - quando foram contabilizados 277.882 emplacamentos frente aos 353.734 de março.

Apesar dessa retração no volume de veículos emplacados, o novo presidente da Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, disse na sexta-feira, que "abril é um bom mês, considerando a média diária e a sazonalidade". No mês passado, houve menos dias úteis (20) que em março (23).

"Muita gente antecipou as compras em março", acrescentou Garbossa. Para ele, só será possível saber como ficará o mercado neste mês, quando os efeitos do incentivo tributário não deverão mais se fazer sentir.

O consultor avalia que deverá haver uma acomodação do mercado, mas que ainda não é possível prever em que patamar as vendas ficarão. Para ele, é preciso esperar, pois, além de elevações de preços, os juros devem subir, por conta da alta da Selic (a taxa básica de juros, que foi elevada para 9,5% pelo Banco Central na semana passada). No entanto, Garbossa estima crescimento de 7% a 8% para o ano frente a 2009.




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