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Congresso Nacional de Metalúrgicos da Força define plano de prioridades
Por William Glauber
Do Diário do Grande ABC
08/06/2006 | 08:07
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A CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), da Força Sindical, encerrou quarta-feira o 1º Congresso Nacional após debater por dois dias em Praia Grande, litoral paulista, questões sindicais, políticas e econômicas referentes à categoria. Mais de 1,2 mil delegados de 150 sindicatos de todo o país, que representam mais de 1,1 milhão de trabalhadores metalúrgicos, definiram durante o evento o plano de prioridades da atual gestão. No Grande ABC, a entidade aglutina os sindicatos dos metalúrgicos de Santo André e São Caetano.

Das resoluções, os trabalhadores decidiram reiterar a necessidade da implementação das Reformas Sindical e Trabalhista, atualmente atravancadas no Congresso Nacional por conta de CPIs – comissões parlamentares de inquérito. Além disso, outro encaminhamento dos metalúrgicos consiste no estabelecimento da Negociação Nacional Articulada de Trabalho para todo o setor metalúrgico no país, com destaque para unificação da data-base da categoria para o mês de novembro.

Mas as reivindicações da categoria não param por aí. Do poder público, os metalúrgicos da Força esperam a efetivação de um Programa Nacional de Qualificação e Requalificação Profissional para garantir oportunidade de trabalho e inserção dos trabalhadores no mercado. Em contrapartida, a entidade se compromete em priorizar a formação política e sindical dos dirigentes e representantes dos trabalhadores filiados à CNTM.

Além disso, diante dos planos de reestruturação anunciados por Volkswagen e, em menor impacto, General Motors, os trabalhadores metalúrgicos lançam campanha nacional contra a prática da terceirização. Segundo os sindicalistas, o processo precariza as condições de trabalho da categoria, reduz salários e também benefícios. Em reposta, os metalúrgicos optaram por ampliar a representatividade dos trabalhadores e da sociedade nos parlamentos por meio do processo eleitoral.

O presidente da CNTM, Eleno Bezerra, acrescenta também que os delegados redigiram texto a ser encaminhado aos candidatos à Presidência da República. “Precisamos de reformas sem retirada de direitos dos trabalhadores. Concordamos somente com a modernização das relações trabalhistas, e não com a flexibilização”, explicou o sindicalista.

O documento da entidade exige, além das reformas, mudanças na política econômica, com críticas às altas taxas de juros e o superávit primário – redução dos gastos públicos para pagamento dos juros da dívida externa – e também incentivo às pequenas e médias empresas.

Durante o Congresso Nacional da CNTM, os metalúrgicos também discutiram a questão da Volkswagen e da General Motors. “Os planos da Volks, por exemplo, estão dentro do contexto de precarização. Vamos acompanhar sempre todos os processos da negociação por meio da confederação”, disse Bezerra. O sindicalista confirma para o próximo dia 14 reunião com a diretoria da montadora. Antes disso, os representantes dos trabalhadores devem se reunir para difinir posicionamento sobre as negociações.



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