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PQU cria motor elétrico mais forte
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
23/07/2005 | 10:16
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Tecnologia própria para diminuir falhas e custos. Essa é a essência do projeto vitorioso que a Petroquímica União (PQU), instalada na divisa de Santo André e Mauá, desenvolveu em parceria com a companhia Weg: um novo motor elétrico, pioneiro no mundo, para acelerar o processo de produção de itens petroquímicos. A nova tecnologia já está ajudando a petroquímica a reduzir o índice de falhas nas instalações, pois apresenta maior confiabilidade e tem durabilidade pelo menos duas vezes maior que o modelo tradicional.

Resultado da pesquisa e desenvolvimento feitos pelas duas empresas para um equipamento mais eficiente, há quatro anos a PQU investiu R$ 600 mil na troca de 40 motores, ainda em fase de testes, para checar a durabilidade. Finalmente o equipamento foi aprovado neste mês. A meta atual é a substituição dos outros 80 motores tradicionais usados na planta, com a aplicação de mais R$ 1,5 milhão nos próximos três anos.

Segundo o gerente de manutenção da petroquímica, Nelson Baldi, o desenvolvimento ocorreu como parte da política empresarial de buscar o aprimoramento da eficiência e a redução do nível de falhas. "Queríamos que a unidade industrial funcionasse a maior parte do tempo sem falhas. Só que os motores elétricos estavam quebrando muito rápido para nossos padrões. Duravam no máximo dois anos", diz.

Os motores elétricos servem para a empresa acionar bombas de pressão para trazer os insumos (como a nafta e o gás) adquiridos da Petrobras por meio de tubulações das refinarias da estatal. Também ajudam, ao acionar as bombas, a transportar os insumos pelas instalações da petroquímica para a empresa processar os produtos que comercializa.

A parceria com a Weg não ocorreu por acaso. A empresa catarinense é uma das líderes mundiais na fabricação de motores elétricos de baixa e média tensões. "Passamos os requisitos que precisávamos, de durabilidade, vibração e ruído, e o produto foi sendo melhorado. Já temos equipamentos que operam há quatro anos e ainda não quebraram", diz o gerente.

Liderança – A Petroquímica União está entre as cinco primeiras do mundo em um ranking de menor índice de paradas por defeito no segmento. Funcionando durante os 365 dias do ano, 24 horas por dia, a empresa teve no ano passado interrupções que somaram 57 horas.

Mundialmente, a média anual das empresas petroquímicas é 130 horas de paradas por defeito, pelos mais diversos motivos: interrupção de energia elétrica, quebra de equipamentos etc. "Neste ano, até agora, só perdemos meia hora. Vai contribuir para melhorarmos nossa posição no ranking", diz o gerente de manutenção.

Dessa forma, Baldi destaca que o motor, que também foi feito para consumir menos energia com maior potência, contribuirá ainda mais para o aumento da produtividade, da eficiência e conseqüentemente, dacompetitividade da companhia no mercado.

Outros benefícios – Todo o esforço da companhia para ter equipamentos mais confiáveis possibilita ganhos em relação ao impacto ambiental. Isso porque uma interrupção por defeito pode levar ao acionamento do flare (chama para queima de gás utilizado no processo industrial), que leva a emissão de fumaça preta.

Segundo o gerente da PQU, Nelson Baldi, o novo motor elétrico deverá ainda gerar benefícios à segurança e à saúde dos empregados, já que o equipamento foi projetado para ter nível de ruído de 30% a 40% menor que o existente no mercado e também para se adequar às condições de risco de acidente em uma empresa do setor.

O gerente explica que o projeto do maquinário levou em conta as características da atividade, cujo ambiente tem risco maior de explosão do que empresas de outros ramos econômicos. Por conta disso, foi desenvolvido para que não soltasse faísca, para que o ventilador de refrigeração interna fizesse o menor ruído possível e para que a carcaça fosse mais robusta, para durar mais e também absorver mais os ruídos.

O equipamento, que foi patenteado pela Weg e foi lançado no mercado com o nome Well (Weg Extended Long Life), rendeu à companhia catarinense uma homenagem da PQU neste ano como uma das grandes parceiras da petroquímica.




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