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Vandalismo e morte: até quando?
Por Renan Cacioli
Do Diário do Grande ABC
16/07/2005 | 08:23
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A verdadeira guerra campal que foi iniciada nos arredores do estádio do Morumbi entre a torcida e a Polícia, antes da final entre São Paulo e Atlético-PR começar, estendeu-se para aqueles que teoricamente seriam os pontos de comemoração do título da Copa Libertadores da América. O principal e mais tradicional deles, a avenida Paulista - que teve as duas faixas interrompidas para o trânsito -, transformou-se num verdadeiro local de batalha e amanheceu nesta sexta-feira com os vestígios do que ocorrera durante a madrugada. O prejuízo estimado ultrapassa os R$ 500 mil.

Se de um lado os cerca de 300 policiais destacados para o local tentavam dar conta do recado com bombas de efeito moral e na base do cassetete, o revide da torcida são-paulina chegou na forma de lojas destruídas, postos de gasolina depredados, estações de ônibus e metrô danificadas, em um vandalismo que ofuscou a festa programada para o título.

A idéia inicial seria colocar um telão na avenida para transmitir a partida. Como a PM e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) vetaram, os torcedores tomaram os bares da região para acompanhar a final pelos televisores. Preocupados, os donos dos estabelecimentos tentaram fechar as portas mas sofreram com a revolta da massa.

De acordo com a SPTrans (São Paulo Transportes), pelo menos 13 ônibus foram danificados. No Metrô, as estações Brigadeiro e Trianon-Masp foram as mais prejudicadas. Segundo o gerente de operações da empresa, Conrado Grava de Souza, os ataques ocorridos nestas estações foram os piores atos de vandalismo em 30 anos de funcionamento.

Tragédia - O fato mais lamentável da noite que deveria ser somente de celebração ocorreu nas proximidades do estádio, com a morte de um torcedor são-paulino após ser baleado na avenida Morumbi quando caminhava em direção ao estádio, antes do jogo. Ricardo Pires da Silva, 32 anos, foi abordado por dois homens que estavam em uma moto e levou dois tiros - um no rosto e outro na perna. Ele foi levado para a Santa Casa de Santo Amaro, mas não resistiu aos ferimentos. De acordo com o depoimento de Celso de Andrade Marcelino Gomes, que acompanhava Ricardo, os homens que estavam na moto eram corintianos.




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