Setecidades Titulo Mobilidade Urbana
Sto.André gasta R$ 7 mi na compra de software e mantém sistema inativo
Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
04/05/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Adquirido em 2014 pela Prefeitura de Santo André, pela quantia de R$ 7 milhões, software desenvolvido pela empresa alemã Siemens, capaz de reprogramar os semáforos em tempo real de acordo com a demanda das vias e diminuir o trânsito, está há mais de um ano sem utilização. Previsto para ser implantado no primeiro semestre de 2015, por meio da central de mobilidade interativa do município, o programa aguarda liberação de espaço físico para que sua operação tenha início.

A iniciativa, apresentada pela gestão do prefeito Carlos Grana (PT) como uma das principais ações do DET (Departamento de Engenharia de Tráfego), prevê que a fluidez das principais vias de Santo André seja otimizada em pelo menos 10%. Atualmente, cerca de 850 mil veículos circulam pelo município.

Entretanto, impasses com a reforma do prédio que deverá abrigar a central de monitoramento, na Rua Ilheus, no Jardim Bela Vista, emperram o projeto. De acordo com a administração municipal, a indefinição do local físico e outras situações, como definição do corredor onde os semáforos irão receber o sistema, “impediram que o projeto fosse concluído em 2015.”

Na época, o então secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, Carlos Sanches, o Carlão (PT), atribuiu a demora aos estudos que estavam sendo feito pela Pasta. Segundo ele, o local precisava suprir uma série de requisitos para abrigar a central.

Embora parte do problema tenha sido solucionada no fim do ano passado, quando o DET definiu que a central ficará instalada no mesmo local onde funciona o departamento de trânsito, e que o corredor escolhido para operação do software será o firmado pelas avenidas Santos Dumont, Giovanni Batista Pirelli e Dom Pedro II, a Prefeitura ainda encontra dificuldades para concretizar o projeto. A administração municipal ainda patina para readequar o espaço selecionado para abrigar os equipamentos.

Em nota, a Prefeitura afirma que “a nova central está em reforma”. Apesar de declarar que “os novos prazos estabelecidos (para entregar a central) ainda não foram fechados”, a administração projeta concluir as obras até o mês de julho. Ao todo, a Paço investiu R$ 100 mil na realização dessas intervenções.

A Prefeitura ainda destaca que já estão sendo instalados pontos de câmeras para contagem de veículos ao longo do corredor formado pelas vias Coronel Alfredo Flaquer, Santo Dumont e Giovanni Batista Pirelli.

 

DIADEMA

Enquanto Santo André tem dificuldade para iniciar a operação de sua central de monitoramento, a Prefeitura de Diadema já dispõe de equipamento similar há quatro anos. Inaugurado em junho de 2012, o sistema teve investimento de R$ 1,2 milhão e permite a reprogramação de semáforos em tempo real nas avenidas Fábio Eduardo Ramos Esquível e Presidente Kennedy.

 

Congestionamentos são comuns na cidade

Santo André, que atualmente possui cerca de 330 semáforos – sendo 280 de manutenção da Prefeitura e 60 da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo)/ Metra, registra um dos piores congestionamentos do Grande ABC. O tráfego intenso de veículos e a ausência de sincronia em seus semáforos são alvo constante de reclamação por parte dos motoristas que trafegam pela cidade.

Um dos exemplos que evidenciam a falha no sistema de sincronização está no farol localizado na Rua Uruguaiana, no bairro Casa Branca. “Quando o semáforo daqui abre, o que fica em frente à (Igreja) Universal (na Avenida Santos Dumont) fecha. Somos obrigados a ficar parados novamente. Não há lógica”, relata o professor Wilson Holanda, 47 anos.

Levantamento realizado pela Secretaria de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos da cidade aponta que Avenida Santos Dumont é a via responsável por receber a maior demanda de veículos por dia – volume médio de 79.673 mil.

A Avenida Giovanni Batista Pirelli, que também será beneficiada pela central de monitoramento, é a quinta via mais congestionada. Por dia, cerca de 72.779 mil veículos passam pelo trecho que fica localizado na altura do Viaduto Salvador Avamileno. “Tem dias que o trânsito já está parado desde o Carrefour. Junta os carros que vêm de Mauá e Ribeirão Pires e, no final, vira um caos”, relata o técnico de informática Sérgio Cardoso Rubens Filho, 26.




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