Política Titulo Mauá
Atila tem de aceitar cassação, diz Neycar

Presidente da Câmara de Mauá rebate acusação de golpe e pede respeito à decisão da casa

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
08/05/2019 | 07:00
Compartilhar notícia
Claudinei Plaza/DGABC 18/4/19


Presidente da Câmara de Mauá, Vanderley Cavalcante da Silva, o Neycar (SD), rebateu as acusações do prefeito cassado Atila Jacomussi (PSB) de que o impeachment aprovado na casa tratou-se de golpe.

O parlamentar sustentou que partiu do próprio socialista a decisão de não levar à votação o pedido de afastamento – Atila foi deposto por não ter pedido licença do cargo no período em que esteve preso em Tremembé. “Ele (Atila) tem de explicar o que é golpe para ele. Eu não entendo (o impeachment) como golpe, aqui não teve golpe, teve uma votação e a (expressão da) forma de pensar de cada um dos vereadores. Agora, ele tem de aceitar a decisão da Legislativo, assim como nós também respeitamos ele. Em nenhum momento fomos nas redes sociais atacá-lo”, rebateu o parlamentar.

Desde que foi cassado, no dia 18, Atila tem questionado a tese de que houve vacância do cargo e carimbado nos parlamentares, a maioria ex-aliados, a pecha de golpistas. Na quinta-feira, o socialista entrou na Justiça de Mauá com pedido de anulação do impeachment. Logo no dia seguinte, o juiz Rodrigo Soares, da 5ª Vara Cível de Mauá, negou o pedido de liminar por entender que, pelo menos por ora, não há indícios de irregularidades no processo de cassação. “A Câmara é soberana, as pessoas têm de entender que cada um tem seu voto e sua maneira de pensar. A gente não pode ser manipulado. Se a gente tivesse votado a favor dele, seria um golpe contra a prefeita (Alaíde Damo, do MDB)? Eu acho que ele teria de respeitar um pouco a posição de cada vereador”, disparou Neycar, que é considerado por aliados como pré-candidato a prefeito.

Atila sustenta que o afastamento do cargo durante dois meses (entre dezembro e fevereiro) foi alheio à sua própria vontade, mas que ainda assim comunicou a casa sobre o fato. Apesar da derrota no juízo de Mauá, a defesa do prefeito crê em vitória no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), onde o socialista conseguiu suspender a votação de um dos pedidos.

Neycar, inclusive, comentou sobre a solicitação que fez à Justiça para, mesmo já tendo cassado Atila, dar prosseguimento à votação dessa denúncia barrada, a que cita quebra de decoro com base nos fatos narrados na Operação Trato Feito.

“A votação, na verdade, está suspensa. Temos de ver se a Justiça vai indeferir (o pedido da casa) ou se vai dar prosseguimento (à tramitação do pedido)”, defendeu o mandatário, que não quis cravar nem descartar a possibilidade de a casa votar um segundo impeachment de Atila. “Eu não sei dizer (se haverá nova votação). Precisamos sentar com todos os vereadores para ver qual a ideia de cada um”, disse.

INDICAÇÃO
Na sessão de ontem, a Câmara confirmou a nomeação de Wilson Carlos de Campos, o Xoxa, como ouvidor municipal. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;