Lembrete aos integrantes do eterno Centro Acadêmico de São Caetano: este domingo é dia de cumprimentar Paulo Marchesan, o Pauleco, que hoje aniversaria, e que tem belas histórias a contar.

O tio, Celso Marchesan, fundador do Instituto de Ensino, em sociedade com o professor Vicente Bastos. Celso Marchesan que foi o primeiro a chegar a São Caetano. O bancário que participou da fundação da casa bancária que depois se transformou no Banco de São Caetano do Sul, com várias agências.

Graças ao tio, o irmão Nelson e família mudaram-se em seguida para São Caetano – era 1948; Pauleco tinha 5 anos de idade; por fim, a chegada de outro tio, Danilo Marchesan.

CENTRO ACADÊMICO

Paulo Marchesan ingressou no Centro Acadêmico na gestão do presidente João da Costa Faria, que permitiu a admissão de pré-universitários. O Centro funcionava em sala do Cine Vitória, transferindo-se depois para o Edifício Del Rey.

São Caetano fervia em termos acadêmicos. Havia o Grêmio 28 de Julho; professor Vicente Bastos estimulou a formação do Centro Estudantil de Cultura. E todos se encontravam no Centro Acadêmico.

Do Centro Acadêmico, Paulo Marchesan recorda belas passagens...

SOCIAL

Os bailes dos calouros, realizados no Palácio de Mármore do Moinho São Jorge, em Santo André, cedido gratuitamente. O problema era conseguir reservas de espaço. O tio Celso Marchesan, procurado também nessas ocasiões, entendia-se com a família Chammas, dona do Moinho, e tudo se ajeitava.

JOGOS ABERTOS

Os primeiros JAI realizados em São Caetano, em 1964, tiveram a participação ativa do Centro Acadêmico, encarregado de produzir os boletins com os resultados das competições.

Para tal, o centro ocupava sala do Palácio dos Esportes. Os resultados ali chegavam. Eram compilados e editados em boletins, que rodavam de madrugada na Gráfica Necapé, localizada na Rua São Caetano, esquina com a Avenida Goiás.

Pela manhã, as escolas que abrigavam as delegações do Interior recebiam os boletins, documento básico das competições.

TEATRO

O Centro Acadêmico criou o Grudyba – nome escolhido em homenagem ao professor Dyrajaia Barreto. Diversas peças foram encenadas. São Caetano, pelo Centro Acadêmico, participou de concurso amador no Estado de São Paulo com a peça Santo Inquérito, de Dias Gomes. Foi eleito o melhor do Interior, para competir com o melhor da Capital, ficando em segundo lugar.

O teatro do Centro Acadêmico de São Caetano divulgou a cidade Interior afora, e percorreu os bairros de São Caetano. Revelou nomes como o de Luiz Antonio Cicaroni, que atuou na TV. O próprio Paulo Marchesan foi eleito o melhor ator coadjuvante.

RESISTÊNCIA

O Centro Acadêmico de São Caetano, juntamente com o Grêmio 28 de Julho e o Centro Estudantil de Cultura, promoveu um enterro simbólico dos vereadores da cidade contra o aumento dos seus subsídios.

Relembra Paulo Marchesan:

1 – Saímos vestidos de preto e encapuzados, levando uma urna fúnebre com o nome do vereador autor do projeto de aumento dos parlamentares e coroas de flores com os nomes dos vereadores que aprovaram a matéria.

2 – A população encampou o movimento e promoveu um apedrejamento da Câmara Municipal, que estava localizada em cima do antigo Cine Vitória.

3 – O ‘Brucutu’, veículo blindado que lançava jatos d’água, fez sua estreia em nossa cidade, naquela oportunidade, dispersando a multidão.

A célebre Passeata do Silêncio foi realizada em 4 de abril de 1961.

TRANSFORMAÇÃO

Paulo Marchesan ama São Caetano. Entende que a cidade transformou-se com o crescimento demográfico. Cidade pujante com fisionomia de cidade dormitório. De certa forma consegue preservar a identidade construída lá atrás. “Meus filhos estudaram com os filhos dos meus amigos. Talvez hoje não seja possível com os nossos netos”, diz ele.

De qualquer modo, todo final de tarde lá vão os acadêmicos para o encontro no Largo da Matriz. E a pizza mensal é aguardada com carinho por todos.

Aquilo que Memória tem observado: colegas de escola de 50, 60, 70 anos atrás mantêm uma proximidade difícil de ser observada em outras cidades