Depois de ligeira melhora do nível de emprego em outubro, apontada pela pesquisa do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), as fabricantes da região voltaram a fechar postos de trabalho. Foram 1.800 vagas eliminadas em novembro, de acordo com o levantamento que contabiliza números passados pelas empresas associadas às diretorias regionais dessa entidade e que pode incluir não só empregos formais (com registro em carteira), mas também informais e autônomos.

Os 1.800 cortes (saldo que se refere à diferença entre contratações e admissões) significaram retração de 0,83% em relação ao total de pessoas empregadas no setor industrial nos sete municípios em outubro. Foi a maior variação negativa, para esse mês, desde novembro de 2008 – quando houve o estouro da crise de crédito global, com a quebra de bancos internacionais e efeitos em toda a atividade econômica mundial –, em que se observou redução de 0,87%.

Entre os setores que mais contribuíram para esse volume de fechamentos de vagas estão vários ligados à cadeia automotiva: a fabricação de itens de metal, borracha e plástico e veículos automotores e autopeças. “As montadoras demitiram e diminuíram a produção, com recordes negativos mês a mês”, observa Anuar Dequech Júnior, vice-diretor da regional do Ciesp de Diadema.

O dirigente afirma ainda que a tendência é de queda do nível de ocupação, já que a economia não mostra sinais de retomada. Os números do levantamento do Ciesp mostram isso. Com exceção de outubro, quando houve a abertura de 150 vagas, durante todos os meses deste ano as fabricantes fecharam postos. O saldo acumulado de 2014 até agora é a eliminação de 17.450 empregos.

E outubro só foi positivo, segundo dirigentes da entidade, porque houve a contabilização de pessoal que voltou de lay-off (suspensão temporária de contratos de trabalho) em montadora de São Bernardo nesse mês. O diretor da regional do Ciesp desse município, Hitoshi Hyodo, salienta que há uma sazonalidade normal nos últimos dois meses do ano, de redução do ritmo de contratações, mas ele considera que, com a trajetória do emprego no setor e o cenário econômico atual, há motivos para preocupação em relação às perspectivas para 2015.