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Pai diz que Fernando Dutra é frustrado
31/08/2001 | 00:16
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Rapaz calmo, educado e bem-vestido para uns, ou uma pessoa instável e viciada em drogas para outros, o seqüestrador Fernando Dutra Pinto, 22 anos, divide opiniões entre os vizinhos da casa onde morava, na rua Cambota, zona leste de São Paulo. Para seu pai, o motorista particular Antonio Sebastião Pinto, também pai de Esdras, que participou do seqüestro de Patrícia Abravanel, Fernando é um rapaz sonhador, ambicioso e frustrado diante da impossibilidade de ter cursado uma faculdade de Direito.

Segundo o pai, Esdras e Fernando moravam havia uns dois meses em outra casa, a três quarteirões da residência da família. Fernando levava a vida de um jovem normal. Desde os 15 anos estaria afastado dos cultos da Igreja Assembléia de Deus, que a sua família freqüentava. O pai sabia do envolvimento dos filhos com drogas. Segundo Sebastião Pinto, os dois fumavam maconha. “Eles fumavam cigarrinho de maconha, sim, e traziam mulheres na casa onde moravam”.

O pai deles diz não conhecer Jennifer, a suposta namorada e cúmplice do seqüestro. “Ele tinha várias namoradas e nunca se apaixonava”, disse. A família do seqüestrador havia comprado o sobrado onde moram há três meses por R$ 60 mil, em uma vizinhança cercada de evangélicos. A família, freqüentadora da Igreja Assembléia de Deus, havia se mudado às pressas de Itapevi, onde morava, para fugir do problema com drogas.

Segundo uma das vizinhas, também evangélica, o rapaz recebia muitas pessoas em casa e costumava fumar maconha na varanda da casa de seus pais com estranhos e com seu irmão. Ela ainda disse que ele chegou a dar aulas na escola dominical evangélica aos domingos, mas as más companhias o teriam afastado dos irmãos.”Eu sei que eles tomavam outras drogas, além de fumar maconha. Ele andava meio alterado ultimamente”, disse.

O dia na casa do seqüestrador foi marcado pela tensão e alvoroço de vizinhos e repórteres. Por volta das 13 h, chegaram três pessoas – entre elas Rubens Gonçalves, que se identificou como integrante da Assembléia de Deus e amigo da família há 30 anos. “Foi uma surpresa, vi esse menino crescer, ele era bom”.

Anésia, a mãe do seqüestrador, teria passado mal pela manhã, ao saber que o filho mantinha Silvio Santos como refém.

O sobrado em que a família vivia é considerado confortável: com três suites, sala, cozinha, dois banheiros e quarto de hóspedes, possui vaga na garagem para três carros.

Por volta das 17h , Antonio Sebastião Pinto, pai do seqüestrador, voltou à casa de sua família. Calmo, ele disse que Deus havia evitado o pior para seu filho. “Meu filho foi vitorioso e saiu com vida. Silvio Santos fez tudo o que podia a favor dele e eu queria agradecer a ele e a Deus por tudo. Se meu filho não chegasse à casa do Silvio, ele não teria sobrevivido. Foi Deus quem deu forças para ele chegar até lá.”

Segundo Sebastião Pinto, seu filho está bastante arrependido. Ele ainda disse que Silvio teria elogiado Fernando. “O Silvio Santos disse que eu tinha um grande menino.”




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