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Região apreende duas armas de fogo por dia

De janeiro a outubro, 609 artefatos foram recolhidos pela polícia nas sete cidades da região

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
07/12/2018 | 07:00
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Arquivo/Agência Brasil


Órgãos de Segurança encontram cada vez mais dificuldades para apreender armas de fogo na região. Neste ano, apenas 609 artefatos foram recolhidos nas sete cidades entre janeiro e outubro, média de dois casos por dia. O índice é o menor desde o período de vigência do Estatuto do Desarmamento, sancionado no fim de 2003.

Conforme levantamento da SSP (Secretaria da Segurança Pública), o indicador representa queda de 6% em relação às 651 apreensões realizadas no mesmo período do ano passado. O número de ocorrências de porte ilegal também teve recuo, de 4% – passou de 169 para 162.

Embora especialistas reconheçam, de modo geral, que a queda é reflexo da legislação do desarmamento, que levou a uma menor circulação de armas em todo o País, o comandante da Polícia Militar no Grande ABC, coronel Ronaldo Gonçalves Faro, é enfático ao destacar a necessidade de o governo estadual investir em inteligência e análise do perfil do mercado ilegal de armas para enfrentamento ao problema. “Ainda existe presença grande de armas ilegais em circulação, o que é comprovado pelos próprios indicadores criminais. O trabalho precisa ser constante, com reforço de ações planejadas na origem destes produtos ilícitos”, explica.

Um dos exemplos utilizados pelo comandante é o crescimento nos últimos três meses no número de vítimas de homicídios na região, crime em que na maioria dos casos há presença de armas de fogos ilegais.

FLEXIBILIZAÇÃO

A possibilidade de o governo federal debater, no próximo ano, mudanças no Estatuto do Desarmamento, uma das propostas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), tem ligado sinal de alerta entre especialistas em Segurança. Pelo menos para o coordenador do Observatório de Segurança Pública da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), David Siena, quanto maior a possibilidade de aquisição de armas pela população, mais alto é o risco de o artefato ser roubado e vendido ilegalmente, impulsionando ocorrências de homicídio.

“Os criminosos vão saber que poderão enfrentar vítimas potencialmente armadas e podem chegar atirando. Ou seja, hoje o que o policial sofre, a vítima de roubo pode começar a sofrer também, caso tenha porte de arma”, avalia.

 




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