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Amor e malícia na MPB
Por Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
12/11/2006 | 16:55
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Divertido e repleto de detalhes curiosos, o livro A História Sexual da MPB pode estimular até quem não é muito chegado em música. Quem for acometido de circunstancial dor de cabeça ou cansaço para a prática da leitura, pode se contentar com as preliminares oferecidas pelos trechos das dezenas de canções citadas pelo autor Rodrigo Faour.

Em um rápido flerte com as páginas do livro, é possível constatar as modificações na abordagem dos mais diversos aspectos do sexo e das relações amorosas. Mais interessante ainda é comparar o vocabulário e o tratamento utilizado pelos autores. Se no início do século XX, o homossexual era representado pela frágil figura do ‘bonequinho’, nos anos 70 se transformou em um personagem andrógino e espalhafatoso.

Faour também dividiu as canções em um índice temático, composto por assuntos como sexo solitário, anal, escatologia, menstruação, TPM e frigidez. Fossa, liberação feminina, ciúme, fazem parte do cancioneiro nacional, tanto em letras de qualidade duvidosa como em composições de mestres. Como diria Chico Buarque, em Samba e Amor (1975) “Eu faço samba e amor até de madrugada/ E tenho muito sono de manhã”.

Segundo o autor do livro, reza a lenda que Elis Regina queria morrer ao saber que a “bunda music” de Gretchen vendia, no fim dos anos 70, mais discos que ela. Imagine, então, se Elis ouvisse as impublicáveis letras do funk carioca...




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