Esportes Titulo Ginástica artística
Veterano dá show de carisma e jovens tietam ídolos na ginástica

Paulo Almeida, 55 anos, rouba cena pela determinação, enquanto time de Hortolândia aproveita a proximidade com os medalhistas olímpicos

Por Anderson Fattori
18/11/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Quando Paulo Franco de Almeida terminou a série, nesta sexta-feira, no primeiro dia da ginástica artística dos Jogos Abertos, no centro de excelência em São Bernardo, foi ovacionado pelos torcedores. Acabou até mais aplaudido que os medalhistas olímpico Arthur Zanetti e Diego Hypólito. Não que ele tenha surpreendido, apresentado algo novo, mas, aos 55 anos, mostrou vigor físico em modalidade na qual raramente o atleta passa dos 35 competindo.

Duas lesões de ginastas da equipe de São José obrigaram Paulo, que é treinador, a aceitar o desafio de voltar aos tempos de atleta para que o time não ficasse sem nota. “Fazia 31 anos da minha última competição. Sou técnico e dois atletas se machucaram nos últimos dias. Nós ficaríamos sem equipe e como eu estava inscrito assumi a vaga para termos nota”, explicou o carismático veterano.

A ginástica deixou marcas em Paulo, literalmente. São dez cirurgias que o limitam. Ele ainda foi surpreendido com a notícia de que entraria em ação. “Fiquei sabendo esta semana que iria competir e não treinei. Fiz séries simples, montando na hora, mas deu para brincar”, comemorou ele, que, sem tempo para confeccionar uniforme, teve de revezar com colegas de equipe e se trocou no tablado mesmo.

Contrastando com a experiência do veterano estavam os jovens de Hortolândia. Franzinos, Hebert, 9 anos, Paulo, 9, Davi, 10, e Pablo, 12, tiveram a dura missão de desafiar Zanetti e Hypólito em condições de igualdade, em situação que só competições como os Jogos Abertos proporcionam.

Tímidos antes da disputa, tietaram os ídolos e pediram fotos. “Muito legal competir ao lado desses caras famosos”, revelou o admirado Davi. “Esse é meu segundo Abertos. Muito difícil”, constatou Paulo. A dupla acompanhava cada movimento de Zanetti e Hypólito durante a competição.

Diego Hypólito e Arthur Zanetti vencem provas que são especialistas

O público esperou pacientemente para ver de perto – bem de perto mesmo, já que a grade e o tablado do centro de excelência de São Bernardo ficam a menos de dois metros de distância – as exibições de Arthur Zanetti e Diego Hypólito, ontem, na estreia dos Jogos Abertos. Medalhistas olímpicos, eles não decepcionaram.

Arthur Zanetti, que representa São Caetano, dominou a prova da argola, sua especialidade, e venceu com 15,10, maior nota do dia. Seu companheiro de equipe, Henrique Flores, foi o segundo, com 13,30, seguido de Caio Souza, de São Bernardo, com 13,30.

Já no solo, Zanetti também competiu e conseguiu a segunda posição, com 13,60, atrás de Diego Hypólito, atleta de São Bernardo, que conquistou o ouro com 13,85 na segunda prova após se recuperar de lesão na coluna. Na terceira posição houve empate entre Yuri Guimarães, de São Caetano, e Caio Souza, com 13,15.

“Acho que o mais importante é essa confraternização que os Abertos nos proporciona. Esse contato com os outros atletas que estão começando e se espelhando em nós. Não podemos focar no resultado. Só de trazer essas crianças para o ginásio já é uma vitória”, comentou Diego Hypólito. “A estrutura dos Abertos melhorou muito, os aparelhos em São Bernardo são de ponta e conseguimos fazer nossa série ideal e isso é muito legal para nós”, acrescentou Arthur Zanetti. AF 




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