Os prefeitos se reúnem hoje, em caráter emergencial, para alterar o estatuto do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e abrir caminho para condução do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), ao terceiro mandato consecutivo, algo que hoje é proibido pelas regras internas.

A reunião foi decidida ontem à tarde e foi antecipada porque a alteração nas normas do colegiado precisa ser aprovada pelas sete Câmaras municipais. Como os trabalhos nos Legislativos terminam no meio do próximo mês, idealizadores da mudança precisam correr contra o tempo para receber crivo dos vereadores das sete cidades.

Horas antes de optar pela convocação de assembleia extraordinária, Marinho negava intenção de ser novamente presidente do Consórcio. “Questão da sucessão será tratada em janeiro. De minha parte, só em janeiro. Eu estranho muito que falam em meu nome por aí”, assegurou o petista.

Chefes de Executivo da região estudam duas possibilidades para conferir a Marinho o terceiro mandato consecutivo: tirar limitações à reeleição ou transformar o período de presidência em dois anos com uma reeleição, regra que passaria a contar a partir de 2015.

Prefeitos já aceitaram conceder a Marinho o privilégio de comandar a instituição por três anos consecutivos. O movimento foi iniciado pelo petista, para liderar o colegiado justamente no ano em que parte das verbas federais tem previsão de desembarque no Grande ABC. A presidente Dilma Rousseff (PT) prometeu destinar R$ 2,1 bilhões a obras coordenadas pelo Consórcio.

A possibilidade de o prefeito de São Bernardo continuar no comando da instituição ganhou força na sexta-feira, após reunião entre os demais prefeitos do Grande ABC, que defenderam publicamente a segunda reeleição de Marinho.

O objetivo dos demais administradores municipais é garantir que o petista fique na presidência até o fim de 2016, ano de eleição, na qual todos, com exceção de Marinho, buscaram reeleição.

“É consenso entre os demais prefeitos, por conta de todos enfrentarem a reeleição”, revelou o prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), garantindo que já encaminhou ao departamento jurídico do Consórcio consulta sobre qual será o prazo legal de alteração do estatuto para viabilizar nova reeleição do petista.