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Taxa de adolescentes com filhos cai 37% em dez anos, diz IBGE

Recorte do Censo divulgado ontem mostra que, em 2010, 7,8% das meninas entre 15 e 19 anos já eram mães; Diadema tem maior índice

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
01/11/2014 | 07:00
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O número de adolescentes do sexo feminino que já possuem filhos teve queda de 37,7% no Grande ABC em dez anos, revela recorte do Censo 2010 divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A queda no número de mães entre 15 e 19 anos foi maior que o decréscimo na população dessa idade, de 15,1%. Em 2000, a região possuía 12,4 mil garotas que já haviam tido pelo menos uma gestação – o equivalente a 10,6% do total da faixa etária. Em 2010, eram 7.727 pessoas nessa situação (correspondente a 7,8%).

A cidade que possui a maior taxa de mães adolescentes é Diadema, com 10,2%. Já São Caetano tem o menor índice, de apenas 2,1%. O professor Marcelo Carvalho, do departamento de Filosofia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), atribui a diferença à situação socioeconômica dos municípios. “A vulnerabilidade social é um fator que influencia muito nesse indicador. Renda mais baixa implica menor acesso à informação apresentada de maneira mais adequada”, comenta.</CW>

A taxa de mães adolescentes é mais elevada entre as garotas pretas e pardas: 9,8%. Entre as jovens brancas, a média regional é de 6,4%. Carvalho avalia que a discrepância está atrelada às condições de educação a que cada uma dessas populações está submetida. “É menos uma questão racial e mais de escolaridade”, afirma.

A variação negativa registrada na região foi proporcionalmente mais significativa que na média nacional. No País, a quantidade de mães com idade entre 15 e 19 anos teve queda de 24,4%. Os indicadores do Grande ABC também são melhores que os do Brasil, mesmo em Diadema, cidade com pior taxa. Em 2010, 11,8% das brasileiras nessa faixa etária já tinham filhos. Em 2000, eram 14,8% nessa situação.

Considerando as mulheres entre 20 e 29 anos residentes no Grande ABC, o Censo 2010 registrou 15,4% menos mães que o levantamento feito dez anos antes. Já na faixa etária de 30 a 39 anos, o número de pessoas do sexo feminino que já tinham pelo menos um filho teve aumento de 0,6%. Dos 40 a 49 anos, a variação foi ainda mais acentuada, de 13,9%. “Entendo que esse cenário está diretamente ligado ao envelhecimento da população feminina. Não me parece no dado regional uma mudança de perfil vinculada à melhoria do serviço de Saúde”, pondera o professor da Unifesp. 




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