O funcionário do Prodasen Hermilo Gomes da Nóbrega, em depoimento ao Conselho de Ética do Senado, nesta terça-feira à noite, disse que ficou angustiado, pois não podia contar a ninguém o que sabia sobre a violação do painel de votação da Casa na sessão em que foi cassado o senador Luiz Estevão. Ele mostrou aos senadores do Conselho de Ética a cartela de tranqüilizantes Lexotan que está tomando desde que a operação foi descoberta e admitiu que até então não sofria pelo ocorrido.

Ele foi indagado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) se havia tomado Lexotan nesta terça, mesmo depois da oportunidade de poder esclarecer todo o episódio da violação. Nóbrega afirmou que havia tomado, sim, pois estava sob pressão por causa do depoimento.

Hermilo Gomes da Nóbrega disse que todos os fatos apresentados pela ex-diretora do Prodasen, Regina Célia Peres Borges, em depoimento ao conselho, correspondem à verdade. Ele encaminhou ao presidente Ramez Tebet (PMDB-MS) documento comprovando que recebeu um recado de Regina, em seu bip, na véspera da votação da cassação de Luiz Estevão.

Ele afirmou que não tinha certeza se conseguiriam fazer a contento a tarefa encomendada pelo senador José Roberto Arruda (sem partido-DF). "Por isso nós chamamos o Gazola (ex-funcionário da Kopp que alterou o programa)". Gazola, segundo Hermilo, era o único do grupo que não sabia do motivo real da quebra do sigilo.

Hermilo revelou que foi o autor da recomendação para que não fosse renovado o contrato entre o Senado e a primeira firma de manutenção do painel, Kopp, em função de problemas que a mesma apresentava.

Com informações da Agência Senado.