Memória Titulo Memória
O adeus do embaixador português em Sto.André

Varela Leal Nascimento: Lagos, Algarve, Portugal, 18-3-1929 Morte: Santo André, 1º-12-2020

Por Ademir Medici
05/12/2020 | 00:01
Compartilhar notícia


“Ai minha Nossa Senhora da Agrela. A vida são dois dias. E hoje, já conta, ora pois. Varela é o amigalhaço, antes, agora e depois!” Miguel Barbosa Lopes, de São Bernardo, ao lembrar bordões levados ao ar pelo radialista Varela Leal

Francisco José Varela Leal residia no Brasil desde 1956. Atuou em várias firmas comerciais. Alcançou gerências gerais. Sua grande paixão profissional, no entanto, era o rádio.

Atuou no rádio português, na região do Porto. Obteve registro na Associação Luso-Brasileira de Imprensa. E veio para o Brasil.

Em 1966 ingressou na Rádio Emissora ABC, de Santo André. E pelos 54 anos seguintes, até domingo último, produziu e apresentou, na emissora, o programa Portugal Trilha Nova – Rádio Show, ao lado da mulher, a cantora Mimi.

Costumava dizer: o único programa do mundo com tal assiduidade, e na mesma emissora, com o mesmo apresentador. Um programa dirigido à colônia portuguesa, mas ouvido por tanta gente mais.

Do Brasil, e do Grande ABC, continuou a colaborar com emissoras portuguesas, as Rádios Ideal e Cidade do Porto. No Brasil, teve programas na Atlântica de Santos, Record de São Paulo, Anchieta de Praia Grande e Itanhaém, Clube de Santo André, Colméia de Campo Mourão (Paraná), Novo Mundo (São Paulo) e Hora Certa de Guarulhos.

Varela Leal colaborou com os jornais Mundo Português, Voz de Portugal e Mundo Lusíada. Verdadeiramente, um embaixador da cultura portuguesa no Brasil e para o mundo.

Em agradecimento, recebeu inúmeras comendas. Fundou as Casas de Portugal do Grande ABC e de Praia Grande, e o Elos Clube do Grande ABC, dirigindo-os, assessorando-os, divulgando-os. No Grande ABC foi agraciado em vida com homenagens na maioria das prefeituras e câmaras municipais.

Varela Leal deixou áudios gravados, um dos quais para o livro Programa de Rádio, lançado pela coluna Memória em dezembro de 2000.

Agora, a partida. Varela Leal faleceu em casa, na Vila Humaitá, em Santo André, aos 91 anos. Foi sepultado quarta-feira, às 11h, no Cemitério São José, em Ribeirão Pires.

Anistia, a primeira conquista...

Texto: Milton Parron

A Lei de Anistia foi fruto de uma intensa mobilização popular que ganhou força no primeiro ano de mandato do general João Baptista Figueiredo. 

O general foi o último presidente do regime militar – 1964 a 1985 – que deu continuidade à abertura política iniciada por seu antecessor, o general Ernesto Geisel. 

O movimento em favor da anistia começou a ganhar corpo em abril de 1975 quando Therezinha Zerbini, mulher de um dos militares que defenderam o governo de João Goulart contra o golpe de 64, cria os primeiros núcleos do Movimento Feminino pela Anistia. Seus esforços se somaram à atuação do arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, que coletava denúncias dos abusos cometidos pelo regime militar por meio do relato de familiares que se reuniam na Cúria Metropolitana de São Paulo. 

Em 1977, ano marcado pela volta das manifestações estudantis, o movimento pela anistia ganha expressão nacional com a organização dos Comitês Brasileiros pela Anistia e a adesão de diferentes organizações à causa como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). 

Em 1979, com o projeto da Lei de Anistia apresentado pelo presidente Figueiredo ao Congresso e a atuação do senador Teotônio Vilela, os presos políticos iniciam uma greve de fome nacional em todos os presídios que duraria um mês, de 22 de julho a 22 de agosto, e coincide com a votação no Congresso, no dia 28 de agosto de 1979, da proposta de anistia apresentada pelo governo militar. 

Esse o resumo de uma longa história que será o tema de três programas Memória, o primeiro deles neste fim de semana.

A Anistia, pode-se dizer, foi a primeira conquista, de muitas que viriam, permitindo que o povo voltasse a escolher livremente os seus governantes, como, aliás, acaba de acontecer novamente.

EM PAUTA – Rádio Bandeirantes AM (840) e FM (90,9) –,A Luta Pela Anistia – I de uma série de três programas. Produção e apresentação: Milton Parron. Hoje, às 22h (ou após o futebol), com reprise no domingo às 7h e durante madrugadas da semana.

Diário há meio século

Sábado, 5 de dezembro de 1970 – ano 13, edição 1402

Manchete – Conselho de Segurança tem nova definição

Decreto assinado ontem (4 de dezembro de 1970) pelo general Medici tornava o órgão de mais alto nível na assessoria direta ao presidente da República.

Mauá/Ribeirão Pires – Entra em operação a linha de ônibus interligando os bairros Guapituba e Barro Branco, passando pela Via Sueli.

Educação – Mário Cordeiro de Menezes, diretor-presidente da Diasa, revendedora Chevrolet de Santo André, entregou ontem (4 de dezembro de 1970) ao Dr. Raul Poletto, presidente do Mobral, a primeira doação do órgão para compra de cartilhas de alfabetização.

Lazer – Inaugurada a boate Las Vegas (Rua Jurubatuba, 715, em São Bernardo), iniciativa de Ester Escobar, que já teve casa noturna em São Paulo.

Esportes – Aberta em São Caetano a I Taça Brasil de Bolão, no General Motors EC.

Em 5 de dezembro de...

1920 – Campeonato Extra da Segunda Divisão. No campo da Antarctica, na Rua da Mooca: Fluminense de São Paulo 3, Primeiro de Maio 2.

Em Santo André jogam Brasil local x Territorial Paulista, da Capital.

1955 – Nos seus primórdios, a CTBC (Companhia Telefônica da Borda do Campo) informava que a região necessitava de 15 mil novos aparelhos para fazer face às suas necessidades em matéria de comunicação.

Seis empresas apresentavam propostas para fornecer equipamentos para automatizar o serviço interurbano entre o nascente ABC e a Capital.

“Inovação será introduzida pela primeira vez no Brasil”, informava Carlos Reis Filho, diretor da CTBC.

Hoje

Dia Nacional da Pastoral da Criança

Dia Internacional do Voluntário para o Desenvolvimento Econômico e Social

Santos do Dia

SABAS (439-532). Viveu na Palestina. Fundou mosteiros. Lutou contra a heresia que agitou a Igreja do Oriente

NICOLA STENON (Dinamarca, 1638-1686). Bem-Aventurado. Bispo. Converteu muitos luteranos de volta ao catolicismo

Crispina

Martinho de Dume




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;