Com a sugestão de mostrar a força e qualidade das obras de jovens artistas da região que estão despontando no cenário das artes visuais, a Oma Galeria, em São Bernardo, abre espaço para a exposição Coletiva de Acervo, que será inaugurada sexta-feira e segue em cartaz até dia 23 de julho. A visitação é gratuita.

Com curadoria de Thomaz Pacheco, a mostra apresenta trabalhos de Andrey Rossi, Daniel Melim, Guilherme Callegari e Thiago Toes. “O arranjamento estético é falar sobre pintura no Grande ABC. É a mídia mais elementar nas artes visuais. Então, é forma de começar do começo. Reunimos alguns pintores da região que estão fazendo trabalhos muito legais e que não são exclusivamente da Oma Galeria”, explica Pacheco.

Além de ressaltar a juventude da arte, a mostra tem como intenção discutir questões relacionadas à pintura e suas vertentes discursivas. “A ideia foi buscar por artistas que estivessem discutindo coisas diferentes, seja espacialidade, a figura na arte, o realismo ou outro tipo de suporte”, diz o galerista.

Algumas das obras selecionados para essa coletiva são inéditas. Mas há também trabalhos que já participaram de importantes exposições institucionais, como Funarte-SP e SP-Arte, por exemplo. No total serão seis peças. Entre as obras que podem ser vistas está Eles Perpetuam, assinada por Andrey Rossi, e feita em óleo, carvão e nanquim sobre lona de caminhão. Outra que se destaca é Olhares Cristalinos, de Thiago Toes, realizada em tinta acrílica e óleo sobre tela.

Pacheco conta que a Oma, que completou cinco anos neste mês, tem batido na tecla da importância dos artistas do Grande ABC e de quão relevante a região é quando se fala em formação artística. “Mas, ainda assim, parecia que nós estávamos afirmando e legislando em causa própria. Depois da SP-Arte, principal evento de arte do País, a gente enxergou como os outros também veem a região nesse contexto”, explica o galerista. “Foi gratificante, pois as pessoas deram a devido importância que a gente já dava”, ressalta.

Pacheco explica que Callegari trabalha a questão do símbolo como desenho. “Pega o alfabeto e não quer falar sobre palavras, mas sobre desenho das letras, os símbolos”. Toes vai para o surreal, o imagético do universo, vai falar sobre tempo, de se aproximar das estrelas. Já Rossi vai para pintura realista, minuciosa, dos detalhes. “E discute uma questão mais visceral, o belo na estética do grotesco. Isso tem muito no mundo da arte, mas na atualidade ele é o único que faz esse tipo de coisa. Melim usa spray, tinta látex misturada ao acrílico. “Tem a estética do escorrido, que é do grafite. Trata-se de algo da rua, parece mais descomprometida, porém de falta de compromisso não tem nada”, encerra Pacheco.

Coletiva de Acervo – Exposição. Na Oma Galeria – Rua Carlos Gomes, 69, em São Bernardo. A partir de sexta-feira até 23 de julho. De terça a sexta, das 12h às 19h; sábados, das 10h às 15h.