Política Titulo Auditoria
Paços estocam até remédios em locais irregulares, aponta TCE

Fiscalização surpresa do órgão identificou
que almoxarifados municipais estão sem AVCB

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
22/07/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


O TCE (Tribunal de Contas do Estado) identificou que almoxarifados de cinco das sete prefeituras do Grande ABC alvos de fiscalização funcionam hoje sem o devido AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), espécie de alvará que certifica as condições de segurança do local – os espaços servem de estoque de materiais adquiridos pelo município. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra ficaram de fora da averiguação. Essa e outras irregularidades aparecem em relatório do órgão a partir de vistoria ordenada que atingiu ao todo 234 equipamentos públicos em São Paulo.

A falta desta licença contraria a lei. O tribunal destacou, em nota, que o cenário geral – cerca de 90% dos prédios inspecionados não tinham o alvará – mostra negligência em relação aos produtos armazenados. “Os almoxarifados têm volume grande de recursos públicos. É despensa de produtos, alguns inflamáveis, medicamentos, insumos, por isso fundamental ter controle. Encontramos série de inconformidades. A questão do AVCB é simbólica: exigência legal para assegurar a segurança. Vejo com preocupação. Seria o mínimo”, sustentou o presidente do órgão, Sidney Beraldo. Ele frisou que o próximo passo é a notificação, determinando correções. “Dependendo do grau, haverá recomendação ou até advertência. Caso não seja atendido, pode resultar em ressalvas nas contas (anuais).”

Em Diadema, por exemplo, foram encontrados itens no chão e na área externa, além de sinais de infiltração e extintores vencidos. Em Mauá, ausência, inclusive, de extintor de incêndio, bem como diferenças entre os itens no sistema e nas prateleiras (dos 15 contados, só dois bateram).

O trabalho em São Caetano indicou espaço insuficiente, sinal de infiltrações, goteiras, umidade e sem proteção contra roedores e aves. Em São Bernardo, não há registro de desratização e dedetização nos últimos seis meses. Na unidade de Santo André, o TCE elencou falta de segurança, possibilidade de entrada de chuva e sinais de mofo. Anotou ainda que no fim do ano houve ausência de materiais por não terem sido realizadas novas licitações e também por problemas financeiros.

A vistoria se deu em junho. O Paço são-bernardense alegou que o local é dotado de sistemas de combate a incêndio, sendo o trabalho periodicamente inspecionado e testado. “É realizada ação contínua de manutenção preventiva e corretiva. Qualquer necessidade de melhoria que envolva investimentos é analisado e posteriormente são iniciados os procedimentos orçamentários”. O governo andreense admitiu o impasse. Pontuou que a administração ainda não recebeu o laudo da fiscalização, porém, foi constatado pelo auditor que os materiais estão estocados adequadamente. “O AVCB está sendo providenciado pela Prefeitura”. Mauá, Diadema e São Caetano não se posicionaram sobre a situação.  




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