Se o motivo para a relutância dos ambulantes de Santo André em se mudar para o Boulevar Itambé era falta de segurança, agora não há mais essa desculpa. O Corpo de Bombeiros entregou ontem à Prefeitura de Santo André um relatório atestando a segurança contra incêndios da obra inaugurada dia 25 passado no Centro da cidade.

O espaço deveria ter sido ocupado desde a inauguração, mas os camelôs se negaram a transferir-se alegando que a área não tinha alvará de funcionamento.

Informalmente, ambulantes estão temerosos de que a nova área tenha menos movimento do que os antigos locais que ocupam - calçadas com grande circulação de pessoas. Mas a proibição de venda de produtos de origem clandestina também estaria influindo no adiamento.

O secretário de Governo da Prefeitura, Ronaldo Feitosa, garantiu que a data-limite para a mudança dos camelôs está mantida. A partir de segunda-feira, quem não estiver regularmente instalado nos boxes sofrerá ações de fiscalização da administração municipal. "Nós temos o dever de zelar pelo espaço público, não só para o cidadão que passa pelas ruas entre as barracas, como para o comerciante que está regularmente estabelecido", diz o secretário, enfatizando que todo o planejamento do Boulevard Itambé foi feito em reuniões conjuntas com os comerciantes informais que trabalham no Centro.

O bulevar é a solução encontrada pela administração municipal para retirar de forma pacífica os ambulantes das ruas. Os 133 camelôs cadastrados pela Prefeitura que trabalham no Centro obtiveram gratuitamente um box - com energia elétrica, água, gás e banheiros. O custo da obra foi de R$ 2 milhões.

O representante dos camelôs, Sérgio Rubens Choueri, não quis dar entrevista. Ele informou que tem uma reunião hoje com a Prefeitura para tratar do alvará e se comprometeu a falar com a imprensa após isso.