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Cine Teatro Carlos Gomes será arena cultural multiuso até 2016

Projeto prevê investimento de R$ 15 milhões da iniciativa privada em espaço tombado

Por Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
30/11/2013 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Fechado pela Defesa Civil desde 2008 por problemas de estrutura e alvo de várias promessas de restauração, o Cine Teatro Carlos Gomes, localizado no Centro de Santo André, já tem data prevista para voltar a receber espetáculos culturais. A estimativa da administração municipal é reinaugurar o espaço, no máximo, em junho de 2016, após restauração completa do equipamento.

O projeto de reforma do espaço foi inscrito na Lei Rouanet (Lei 8.313/1991), do Ministério da Cultura, que estimula apoio da iniciativa privada ao setor cultural por meio de incentivos fiscais. A Prefeitura prevê investimento de aproximadamente R$ 15 milhões, vindos de empresas interessadas em aplicar dinheiro no Cine Teatro. A expectativa é que a iniciativa seja incluída na legislação até o fim deste ano.

A Prefeitura contratou, em outubro, a empresa M. Porto Ltda, especialista em captação de recursos junto à iniciativa privada para ser destinado a projetos culturais.

Segundo TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado pelo prefeito Carlos Grana (PT) e os promotores que pediram a paralisação das obras no espaço, ainda na gestão passada, o projeto de reforma deve ser aprovado pelo Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André), que tombou o prédio como patrimônio histórico do município, até 30 de maio de 2014. Já as obras devem começar até o dia 30 de junho do ano que vem. Após início dos trabalhos, o documento determina que o serviço seja concluído em, no máximo, 24 meses.

“Trabalhamos com prazo maior, porque pode acontecer algum problema durante as obras. O prazo é dois anos, mas queremos concluir antes. Se tudo correr bem, terminamos o trabalho em um ano e meio”, garantiu o secretário de Gabinete Tiago Nogueira (PT).

O titular da Pasta apresentou o projeto básico de reforma do Carlos Gomes ao Diário. A previsão é que o Cine Teatro se transforme em arena cultural multiuso, com capacidade para 600 lugares. As paredes laterais, telhado e arco que forma a fachada do palco serão mantidos no formato original. Na área da plateia, será instalado sistema eletrônico com cadeiras retráteis, que serão recolhidas automaticamente por comando de controle remoto. Com isso, a área pode ser modificada conforme o evento a ser realizado.

“No Teatro Municipal é possível receber apenas apresentações musicais e de artes cênicas. No Carlos Gomes será diferente. Poderemos fazer exposições, peças, shows, bailes e vários tipos de atividades. A idéia é transformar o espaço para servir como âncora para uma série de ações culturais na cidade”, explicou Tiago.

Estrutura sofreu risco de desabamento

Segundo o secretário de Gabinete de Santo André, Tiago Nogueira (PT), o Cine Teatro Carlos Gomes sofreu risco de desabamento por conta das obras que foram realizadas no local durante a gestão passada, do ex-prefeito Aidan Ravin (PSB). Para evitar comprometimento estrutural, a Sosp (Secretaria de Obras e Serviços Públicos) investiu R$ 432 mil em serviços de recuperação do telhado e madeiramento estrutural. Os trabalhos foram iniciados em junho e finalizados no início deste mês.

“Havia risco de desabar. Acabamos com as goteiras e infiltrações que poderiam comprometer ainda mais o imóvel”, disse o titular da Pasta.

A reforma gerou muita polêmica durante a gestão de Aidan. O então chefe do Executivo iniciou obras no espaço, mas sem autorização do Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André), órgão que decretou o tombamento do espaço. Após muita pressão da sociedade civil, o Ministério Público ordenou a paralisação das intervenções, em julho do ano passado.

“Houve tentativa de se fazer a reforma na gestão passada sem a devida formatação legal. Na época, a obra foi embargada porque não tinha projeto nem aprovação do conselho. Fizeram várias intervenções no local sem autorização e sem responsável técnico”, comentou o secretário.  




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