Cultura & Lazer Titulo Música
Vozes femininas que
cantam a região

Marcia Cherubin, de Santo André, e Ana Cacimba, de Diadema, estão na final do Festival da Canção

Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
22/08/2021 | 00:01
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Claudinei Plaza/DGABC


Duas cantoras representam o Grande ABC na fase decisiva do 51º Fenac (Festival Nacional da Canção), um dos maiores eventos de música independente do País. Marcia Cherubin, de Santo André, concorre com Todo Possível e Ana Cacimba, de Diadema, com Turmalina Negra. Por conta da pandemia de Covid-19, o evento ocorre de maneira on-line e hoje termina o prazo para que o público possa conhecer as 56 finalistas e votar na sua preferida pelo site www.festivalnacionaldacancao.com.br. As semifinais e finais serão entre 3 e 6 de setembro, em Passos, Minas Gerais, com transmissão pelo YouTube.

Cantora e compositora, Marcia diz que sua música fala sobre coisas que mereciam ser mais valorizadas, mas que muitas vezes perdem espaço na rotina diária. “Na vida da gente, damos muita importância a pequenas coisas e algumas outras passam despercebidas. A gente tem de ler poesia, tem de ver os meninos de rua, entender quem é Malala (Yousafzai), quem é (Pablo) Neruda. Entender que nossa imensidão tem de estar conectada com coisas que valem a pena e não em pequenos detalhes. Que não têm sentido diante da grandeza humana. Precisamos ser o nosso melhor possível”, afirma a artista, que será acompanhada pelos violonistas Marcelo Barum e Pablo Lima.

Ana, que se identifica como “mãe, cantora, compositora, batuqueira, brincante popular e multiartista”, diz que sua música fala “da paixão afrocentrada. É sobre a relação entre duas pessoas pretas, uma ligação ancestral que vem de muito longe. Essa canção é uma declaração de amor. Eu a escrevi para o meu namorado Victor Paixão”, que é seu produtor musical.

Marcia tem uma trajetória consolidada na música independente. Com quatro CDs gravados. Ela possui uma trilha consolidada no que chama de “estrada festivaleira”, com um total de 90 prêmios acumulados em eventos realizados por todo o País. “Esta é uma estrada maravilhosa, que me deu a oportunidade de poder me apresentar. Como compositora, preciso ter espaço para falar o que sinto por meio da minha música e isso dá um poder fora do comum”, aponta.

Ana lançou em abril o seu primeiro EP, intitulado Cura, com auxílio da Lei Aldir Blanc de incentivo à cultura. Ela está empolgada com a classificação de sua música entre as semifinalistas do Fenac. “É um marco na minha carreira. O fato de estar concorrendo com artistas de altíssimo calibre, do Brasil inteiro, é uma coisa incrível. Além do mais, estou representando a minha cidade num festival nacional. Representando as mulheres da minha quebrada, as mães artistas pretas e periféricas, com quem eu convivo no dia a dia e que resistem em dobro para poder mostrar sua arte para o mundo. Estou representando as mulheres da minha linhagem, quilombolas, as mulheres do Vale (do Jequitinhonha), que cantam para tornar o serviço do dia menos dolorido, que cantam para curar e para afastar as tristezas da vida”, afirma a diademense.


SOBRE O FENAC
O Festival Nacional da Canção recebeu cerca de 1.300 inscrições de artistas brasileiros e de outros países. Os organizadores selecionaram 56 trabalhos e colocaram os vídeos no site oficial do evento. Deste grupo sairão os classificados para as semifinais, entre 3 e 5 de setembro. No dia seguinte serão conhecidos os vencedores da edição.  




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