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Xiitas se manifestam contra presença americana no Iraque
Da AFP
09/04/2007 | 08:17
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Milhares de xiitas queimaram bandeiras dos Estados Unidos em uma manifestação convocada nesta segunda-feira para Najaf, no Iraque, pelo movimento do clérigo radical xiita Moqtada al-Sadr por ocasião do quarto aniversário da queda do regime de Saddam Hussein. Além disso, a multidão gritava frases contra a ocupação norte-americana do Iraque.

Imagens feitas a partir de um helicóptero pelo canal de televisão público 'Iraqia' mostravam uma maré humana com milhares de bandeiras iraquianas. Em alguns pontos foram pintadas bandeiras dos EUA e de Israel para que fossem pisoteadas pela multidão.

Alguns religiosos sunitas, convidados pelos xiitas, estavam nas primeiras filas da passeata. "Esta multidão veio para mostrar seu repúdio ao ocupante e exigir sua saída", disse o disputado sadrista Falah Hassan Chansil.

"Depois de quatro anos de ocupação, no Iraque há sangue derramado, mas não existem serviços públicos nem água", disse outro deputado, Nasser al-Rubaie. "Nós não afirmamos que existe uma soberania parcial, nós declaramos que não há soberania alguma", acrescentou.

A presença de Moqtada al-Sadr, que não é visto em público há vários meses, era uma das grandes incógnitas do protesto. Segundo o Exército dos Estados Unidos, o clérigo radical estaria refugiado no Irã, mas tanto o movimento sadrista como a república islâmica desmentiram esta afirmação. No domingo, Moqtada al-Sadr criticou os Estados Unidos, que para ele tentam semear a divisão entre os iraquianos.

No momento em que se registram violentos confrontos de milicianos xiitas, incluindo o Exército de Mahdi, que ele dirige, contra os soldados americano e o Exército iraquiano em Diwaniyah, Al-Sadr afirmou: "As forças iraquianas e o Exército de Mahdi não devem cair na armadilha dos Estados Unidos e devem parar de brigar". "Vocês contribuem para o êxito de nosso inimigo comum. O Exército e a polícia iraquianas não devem apoiar o ocupante (...) que trabalha para semear a cizânia", acrescentou em um comunicado.

O movimento de Moqtada al-Sadr, crítico ferrenho dos americanos, tem 32 deputados de um total de 275 no Parlamento iraquiano, além de seis ministros no gabinete de união nacional com o qual Washington trabalha permanentemente. O jovem clérigo radical xiita ordenou a sua milícia combater as tropas americanas em agosto de 2004 em Najaf, durante uma rebelião que é lembrada até hoje. No entanto, desde a adoção de um plano para melhorar a segurança em Bagdá, a partir de meados de fevereiro, os homens de Al-Sadr praticamente desapareceram das ruas da capital, sobretudo de seu reduto, o bairro pobre de Cidade Sadr.

O governo impôs um toque de recolher de 24 horas aos veículos em Bagdá por ocasião do aniversário da queda do regime de Saddam Hussein. Desde que Saddam Hussein perdeu o poder, em 2003, o dia 9 de abril é feriado no Iraque.




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