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Professora une ensino e diversão em projetos

No dia dedicado aos docentes, Vânia Lima dá exemplo de como atrair a atenção dos estudantes

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
15/10/2014 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


A arte de ensinar pode extrapolar os limites da sala de aula. No entanto, a tarefa exige mais que comprometimento com a profissão escolhida. Depende de amor pela carreira e pelos alunos, além de exigir doação. Na data em que se comemora o Dia do Professor, o Diário mostra o trabalho de docente da rede estadual de Santo André para ensinar conceitos de Física e Química de maneira prática e divertida aos estudantes.

Criado há cinco anos, o projeto Somos Físicos já ganhou blog (www.vanialima.blog.br) e conta com cerca de 500 vídeos em seu canal no YouTube. A mentora, professora de Física e Química das escolas estaduais Professor Percio Puccini e Professora Wanda Bento Gonçalves, em Santo André, Vânia Lima, destaca que a ideia surgiu da necessidade de associar o aprendizado com a realidade do aluno. “A informação precisa acompanhar a tecnologia, ser rápida. Isso também é uma característica minha. Não consigo ficar numa sala e ter uma aula trivial.”

A proposta da docente é aplicar os conteúdos teóricos das disciplinas em experimentos, como é o caso de um robô feito com restos de madeira e seringa para trabalhar Física hidrostática (ramo que estuda a força exercida por e sobre líquidos em repouso). Outra produção, na mesma área, é a favorita do aluno do 1º ano do Ensino Médio Cauê dos Anjos, 16 anos. Trata-se da fonte de Heron, criada há 2.000 anos. “Achava que teria dificuldade na matéria, mas minhas notas são melhores que nas demais”, revela.

A estudante Laila Cândido, 16, acredita que fica mais fácil aprender na prática e com diversão, opinião compartilhada por Lucas dos Santos, 15. “A gente se interessa mais pela aula”, comenta a jovem. O reconhecimento dos alunos se transforma em ajuda. Isso porque eles auxiliam a docente a subir e descer do ônibus com sua mala carregada de experiências todos os dias.

Vânia se esforça para encontrar tempo na rotina de trabalho e avançar nos experimentos, editar os vídeos, atualizar o blog e criar as divertidas paródias, seja no contraturno, à noite ou aos fins de semana. “É até clichê falar, mas isso é minha vida. Não ganho dinheiro com esse projeto, mas nada paga a satisfação que tenho.”

A professora é uma das que mantêm vivo o ensinamento do educador Paulo Freire: ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua própria construção ou produção. “Procuro trabalhar as múltiplas inteligências”, diz.

Alunos elegem docente como principal incentivador

Estudo realizado pela Secretaria Estadual da Educação via Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) mostra que 94% dos alunos consideram o professor como o principal incentivador dos estudos. A pesquisa foi realizada com 316 mil estudantes matriculados nos 2º, 3º e 5º anos do Ensino Fundamental.

Para 96% dos estudantes dos anos iniciais do Fundamental, frequentar a escola é também uma atividade prazerosa, e não só pela interação com os colegas e a descoberta de novos saberes. Os alunos, com idade entre 6 a 11 anos, afirmam que se sentem felizes por encontrar o professor todos os dias. Nas escolas regulares, os estudantes cumprem jornada de até cinco horas diárias. Em tempo integral esse período chega a sete.

A data em que se comemora o Dia do Professor foi criada em 1827, após decreto de Dom Pedro I (52.682/63) para que toda vila, cidade ou lugarejo do País criasse o que ficou conhecido como as primeiras escolas primárias brasileiras. A ideia de transformar o dia em feriado surgiu em São Paulo, com o professor Salomão Becker, que propôs uma reunião com toda a equipe da escola em que trabalhava para que fossem discutidos os problemas da profissão, planejamento das aulas e trocas de experiências. Tempos depois, a data passou a ser feriado nacional. 




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