Turismo Titulo Minas Gerais
Dá vontade de morar em Tiradentes

Casas históricas, pousadas aconchegantes e clima
de Interior atraem visitantes para a cidade de Minas

Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC
25/09/2014 | 07:00
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Marcela Munhoz/DGABC


Ouro Preto e Mariana fazem parte das chamadas cidades históricas de Minas Gerais, roteiro que parte de Brumadinho passando também – na rota da Estrada Real – por Sabará, São João Del Rei, Congonhas e Tiradentes. Esta última é tão ou até mais encantadora do que Ouro Preto. Ela é bem menor (7.000 moradores contra 70 mil) e, talvez por isso, seja ainda mais acolhedora.

A cidade é toda forrada de construções muito antigas e ruazinhas estreitas. No centrinho de Tiradentes, diversos restaurantes e bares disputam a atenção dos turistas. Casais apaixonados adoram ir para lá. Os gulosos também. O local recebe todos os anos, em agosto, o Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes. O evento é realizado desde 1998 e conta com a presença de chefs do Brasil e do Exterior. Em janeiro, a Mostra de Cinema também atrai muita gente

Durante o dia, é possível fazer roteiro simples com paradas nos principais pontos turísticos da cidade. Comece pelo centro histórico e suba a pé até a Matriz de Santo Antônio, uma das mais antigas do Brasil, na sequência passe pelo Museu da Liturgia. No fim da tarde, experimente a água do histórico Chafariz de São José. Como hospedagem, a dica é a pousada Villa Bizuca, que possui chalés individuais parecidos com casas de bonecas.

NATUREZA E ARTESANATO
A região possui várias trilhas que rendem belas fotografias. A visita pode iniciar pela Calçada dos Escravos, construída no século 18. Há também a opção do passeio de jipe pelas redondezas. Não dá para voltar para a casa sem levar alguma peça de artesanato de Tiradentes. Boa pedida é ir de carro até o distrito de Bichinho, que fica a oito quilômetros de distância da cidade. Outra dica: as chuvas em Tiradentes costumam aparecer em dezembro e janeiro, porém faz frio na maior parte do ano, portanto, vá preparado.

 

Chico Doceiro é patrimônio histórico da cidade mineira - Marcou viagem para Minas Gerais? Esqueça imediatamente a dieta. É impossível ir para as cidades históricas e não provar as guloseimas salgadas servidas por lá. Restaurante mais luxuosos ou bem simples têm no cardápios maravilhas, como os tradicionais pão de queijo, tutu de feijão e virado à mineira (não deixe de experimentar esse prato no restaurante Casa da Ladeira, em Congonhas).

Alguns locais e mestres da cozinha se destacam. Em Tiradentes, Chico Doceiro é ‘o cara’. Com 83 anos de idade e muita disposição, o mineirinho vende doces frescos no número 74 da Rua Francisco P. De Morais. Adepto ao método antigo – tirando o fogão a gás que foi obrigado a adaptar no lugar da lenha – usa enorme tacho de cobre para preparar delícias, como doce de leite para rechear canudinho e cocadas de vários sabores. O preço super em conta facilita na hora de encher a sacola de guloseimas para levar para casa.

 

A rica e misteriosa São João Del Rei - São João Del Rei fica perto de Tiradentes (a 13 quilômetros de lá). Vale a pena chegar cedinho, contratar um guia e passar o dia todo caminhando pela cidade, onde morou o ex-presidente do Brasil Tancredo Neves. Aliás, em vários pontos do região o nome do governante é lembrado. A começar pela escola onde estudou e pela casa onde morou com a família – que fica perto da chamada rua torta, onde as residências foram construídas seguindo o desnível da ladeira.

Nos fundos da Igreja São Francisco de Assis, enfeitada por imponentes palmeiras imperiais. Quem quiser saber mais sobre o ex-presidente deve dar uma passada pelo Memorial (www.memorialtancredoneves.com.br), que possui nove salas em um casarão do século 17.

História é o que não falta em São João Del Rei, que é uma das mais movimentadas da rota do ouro. O Centro da cidade é cortado pelo Rio das Mortes, ligado pela Ponte da Cadeia, construída em 1797 e pela Ponte do Rosário, de 1900. Os escravos costumavam ser vendidos alí. Aliás, vários pontos da cidade lembram a época da escravidão, com pelourinhos conservados.

Por causa do sofrimento dos antepassados, há várias histórias sobrenaturais rondando a região. Vale a pena, por exemplo, visitar o Cemitério do Carmo, e reservar algumas horas para ouvir passagens misteriosas vividas pelo guia da Igreja Nossa Senhora do Pilar que, por precaução, evita ficar lá durante a noite. O guia recomenda visitar a cidade durante a Semana Santa, quando os moradores, turistas e fantasmas (segundo ele) lotam as ruas durante as procissões.

 

Ode aos mestres em Congonhas - Para coroar a viagem às cidades históricas, dedique um dia inteiro para admirar a obra-prima da dupla Aleijadinho e Mestre Ataíde. Declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, o conjunto da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos começou a ser construído no ano de 1757.

O local possui seis Capelas dos Passos com 64 imagens esculpidas em cedro, que narram a Paixão de Cristo. No alto do morro, estão 12 impressionantes estátuas em pedra sabão. Neste passeio, é essencial pagar para um guia para explicar, na ordem, o que significa cada obra e cada detalhe de todas as esculturas e cenas. Algumas figuras, por exemplo, representariam o enforcamento de Tiradentes e a doença de Aleijadinho, com mãos e pés retorcidos e maiores do que o normal.

Só é importante evitar o local em duas épocas do ano: no Jubileu do Bom Jesus (entre 7 e 14 de setembro) e na Semana Santa. Durante essas duas ocasiões, o conjunto da Basília do Senhor Bom Jesus de Matosinhos é o destino de fiéis e peregrinos do Brasil e do mundo todo, que lotam as redondezas.




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