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India aceita diálogo com o Paquistao
Do Diário do Grande ABC
08/06/1999 | 10:17
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A India aceitou nesta terça-feira o diálogo com o Paquistao, em torno do conflito armado em Cachemira, mas seguirá atacando as centenas de combatentes islâmicos entrincheirados nas montanhas, perto da fronteira entre os dois países.

Ao final de uma semana, a India respondeu uma proposta de Islamabad para que o chefe da diplomacia paquistanesa, Sartaj Aziz, visite Nova Délhi, no próximo sábado, dia 12.

Em Cachemira, o conflito continua. Tropas terrestres e avioes indianos atacaram outra vez posiçoes no alto das montanhas, onde estao centenas de combatentes que teriam penetrado no Norte da Cachemira indiana a partir do Paquistao, perto da chamada ``linha de controle' que separa os dois países.

O Paquistao, que desmente dar apoio às forças infiltradas, havia proposto o diálogo para encontrar meios de reduzir a tensao na regiao, onde os combates acontecem há um mês.

A princípio, Islamabad havia proposto segunda-feira como a data para uma visita de Aziz a Nova Délhi, mas a India, afirmando ser vítima de uma ``agressao' paquistanesa, retrucou, afirmando que a data nao era conveniente, dando a impressao de que as portas para o diálogo estavam fechadas.

Num discurso pronunciado na segunda-feira, o primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, disse que seu país está aberto ao diálogo, mas apenas sobre um tema: como fazer com que o Paquistao se abstenha de participar da luta. O ministro das Relaçoes Exteriores da India, Jaswant Singh, disse ao jornal britânico Finantial Times que entre 1.200 e 1.500 guerrilheiros haviam se infiltrado na India desde o começo do conflito.

Singh disse que as infiltraçoes paquistanesas apontavam o Norte da Cachemira indiana como ``um trampolim para uma insurreiçao mais ampla, inspirada em lideranças radicadas no exterior'.

A India anunciou ter matado pelo menos 221 soldados paquistaneses desde 9 de maio. Segundo Nova Délhi, os infiltrados fazem parte das tropas regulares paquistanesas, somados a mujahedines da Cachemira, para camuflar o conflito como uma ``guerra santa'.

Nos últimos dias, os ataques indianos com artilharia foram multiplicados, enquanto que a aviaçao tem efetuado os bombardeios mais intensos desde quando começou a ser usada como reforço, em 26 de maio.




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