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Deborah Evelyn estréia como vilã
Por Rodrigo Teixeira
Da TV Press
30/11/2003 | 18:42
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A novela Celebridade tem um gosto especial para Deborah Evelyn. A atriz vive a primeira personagem com fortes tons de vilania em 20 anos de carreira. “É muito bom provar um personagem diferente de tudo que fiz na TV”, afirma. Por sugestão de Gilberto Braga, a carioca de 37 anos também estréia no vídeo com lentes de contato verdes para compor a esnobe Beatriz Vasconcelos. Algo que nunca havia acontecido nas 13 novelas e seis minisséries. “É por causa do Bruno Gagliasso, que tem olhos claros”, diz a atriz, referindo-se ao ator que faz seu filho Ignácio na trama das nove da Globo.

Deborah entrou para a TV de maneira inusitada. Ela prestava vestibular para o Instituto de Artes Dramáticas, da USP, em São Paulo, e não sabia que o falecido diretor Walter Avancini acompanhava o teste na surdina. Seis meses depois, Avancini a convocou para a minissérie Moinhos de Vento, produzida pela Globo em 1983. No entanto, foi com o diretor Dennis Carvalho, com quem Deborah é casada há 15 anos, que a atriz trabalhou mais. “Nós separamos muito bem o pessoal do profissional”.

TV PRESS - Como é viver uma personagem que foge do estilo das heroínas que você estava acostumada a interpretar?
DÉBORAH EVELYN - Por um lado é mais fácil. Porque é o primeiro personagem que tem pouquíssimas coisas a ver comigo. A Beatriz é completamente uma criação, porque ela é fútil, tem uma relação obsessiva com o marido, trata mal o filho. Nem nas coisas boas, como gostar de fazer compras, sou parecida com ela. Então me inspiro no figurino, no cabelo, na maquiagem. É uma composição de fora para dentro. A Beatriz tem uma moral dúbia e não é uma vilã óbvia, que sai matando. Algumas pessoas devem falar até que ela toma as atitudes por amor. Mas é muito tênue a linha que a separa do mau-caratismo para uma pessoa que age por amor.

TV PRESS - Você é o do tipo de atriz que leva o personagem para casa?
DEBORAH - Não. Deixo a Beatriz com o figurino e vou embora. Quando é distante da gente é mais fácil separar. Ao mesmo tempo, o ator usa o personagem em alguns momentos. Um dia em que tenho cinco cenas de choro, por exemplo, chego mais leve em casa. Descarrego tudo ali. Mas estou me divertindo e acho muito engraçado falar aquelas frases politicamente incorretas da Beatriz.

TV PRESS - Esta é a décima produção que você trabalha ao lado do Dennis. Como é ser dirigida pelo próprio marido?
DEBORAH - A gente consegue separar bastante. Diretor para mim é importante. Não sou autodidata e preciso da direção. Eu e o Dennis vivemos situações bem diferentes. Na vida real, a gente briga. Já profissionalmente, raramente brigamos. É claro que conservamos sobre o trabalho, mas não passamos cena, por exemplo. Falamos sobre coisas gerais e não específico sobre o meu trabalho, como: “Sabe aquela cena? Como é que faço?”. Deixo isso para a hora da gravação. Em casa, conversamos como marido e mulher. A gente também não abre muito a nossa vida pessoal, tipo chamar a imprensa para o aniversário da nossa filha. Tentamos ser bem discretos.

TV PRESS - Você acha que mudou a relação entre atores e a imprensa?
DEBORAH - Acho que mudou esta busca de parte da imprensa pela intimidade das pessoas. Mas é um fenômeno mundial. Não sei se não lembro, mas acho que quando eu comecei não era assim. O interesse era mais realmente pelo lado profissional de cada um.

TV PRESS - Mas você concorda que aumentou o número de atores que também estão mais interessados em falar da vida pessoal do que profissional?
DEBORAH - Também tem este lado e não sei como parar ou mudar isso. Particularmente, se acontecer algo que me incomode ou que não seja verdadeiro, acho que tem de processar mesmo, porque é o único jeito de obter respeito. Ao mesmo tempo, é necessário uma relação de confiança mútua com a imprensa. Nunca aconteceu nada demais comigo e sempre fui respeitada. Mas acho que todos os envolvidos são responsáveis. O ator que permite, a revista que vende e o leitor que compra.




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