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Grande ABC respira cinema
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
23/08/2007 | 07:05
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O Sesc Santo André abriga a partir de 5 de setembro a mostra inteiramente gratuita Loucos por Cinema, que abrange exposições, oficinas, palestras, exibições de filmes nacionais e, melhor de tudo, o clima romântico que todo cinéfilo teima em relacionar à sétima arte.

Assim como o circuito de cinema da unidade Pompéia realizado em 2005, o Sesc Santo André se reveste como os cinemões dos tempos áureos da Cinelândia Paulistana e da Cia Vera Cruz, em São Bernardo.

Uma sala de exibição com 80 lugares divide espaço com as exposições em um salão de 1.400 m². Os assentos de madeira seguem o mesmo molde dos antigos teatros de rua, assim como a bomboniere. A rampa de acesso às atrações será forrada por um tapete vermelho e adornada por grandes cortinas.

O projetor será instalado do lado de fora do espaço, de modo a exibir, mais do que as películas, sua própria engrenagem. O historiador e montador Máximo Barro é o consultor do evento. “Antigamente um filme se vendia a partir da calçada”, lembra.

Para os curiosos sobre a parafernália técnica, é indicado prestar atenção nas centenas de peças emprestadas do Museu de Cinema Antonio Vituzzo, como gruas, projetores e câmeras.

Ao longo dos três meses de programação, haverá apresentações de ciclos específicos, com palestras e oficinas. A partir do mês de outubro, haverá cursos de roteiro. Qualquer pessoa pode se inscrever na atividade, que ainda é definida pela programação da unidade.

O Sesc também convida escolas de toda a região a agendarem visitas de grupos de alunos a partir da 5ª série do ensino fundamental.

Cenários - Como amostra viva dos sets de filmagem, a mostra vai exibir a reprodução dos cenários dos filmes Ângela (1951), de Abílio Pereira de Almeida e Tom Payne, da Vera Cruz, e Carandiru (2003), de Hector Babenco, que reproduziu nos estúdios da companhia de São Bernardo um andar inteiro do presídio, com 30 celas.

O aderecista Walkir Pedroso, que trabalhou no longa-metragem de Babenco e no seriado exibido na Globo, remontou parte do cenário original, que demorou três meses para ficar pronto.

Os visitantes poderão ver a réplica de duas celas, uma dos evangélicos e outra, de aparência mais destruída, e ainda a lavanderia. O boi (privada) e os detalhes de sujeira feitos com extrato de nogueira são idênticos aos do filme.

Loucos por Cinema – De 5 de setembro a 25 de novembro. Visitação de terça a sexta, das 10h às 21h30; sáb., dom. e feriado, das 9h às 17h30. No Sesc Santo André – r. Tamarutaca, 302, Tel.: 4469-1205. Entrada franca.

Programação de setembro

Dia 5 (20h) – Obras Novas – Evolução de Uma Indústria. Curta de Lima Barreto que documenta a construção da Vera Cruz.

Dia 8 (16h)– Peões. Documentário de Eduardo Coutinho sobre metalúrgicos do Grande ABC.

Dia 9 (16h) – Sai da Frente. Comédia com Mazzaropi, dirigida por Abílio Pereira de Almeida.

Dia 14 (20h) –– Mostra Cine Favela (Projeto da Associação Cultural Artística Heliópolis e Sacomã). Uma Gota de Sangue, A Vítima, A Maçã e A Vida por um Pipa.

Dia 15 (16h) – Sou Feia, Mas Tô na Moda. Filme de Denise Garcia sobre os bailes funk sob visão feminina.

Dia 16 (16h) – Tico-Tico no Fubá. Biografia de Zequinha de Abreu com Anselmo Duarte e Tônia Carrero.

Dia 21 (20h) – Cine Favela.Tudo são Referências, Tudo São Memórias, A Vítima, A Maçã e A Vida por um Pipa.

Dia 22 (16h) – Doutores da Alegria. Retrato de Mara Mourão sobre o grupo de atores que alegra e ajuda no tratamento de pacientes.

Dia 23 (16h) – Ângela. Eliane Lage interpreta a personagem-título, que se casa com um viciado em jogo, que perde tudo.

Dia 27 (19h) – O Cangaceiro. Exibição do filme da Vera Cruz seguido de comentários de Galileu Garcia, assistente de direção do filme.

Dia 28 (16h) – Mostra Cine Favela - Excluído da Sociedade, A Vítima, A Maçã, A Vida por um Pipa e Pele Negra, Máscara Branca.

Dia 29 (16h) – Estamira. Documentário de Marcos Prado sobre mulher de 63 anos que vive em um aterro sanitário carioca.

Dia 30 (16h) – Floradas na Serra. Cacilda Becker e Jardel Filho vivem casal de tuberculosos em tratamento em Campos do Jordão.



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