Política Titulo Presa na PF
Ex-deputado, Bittencourt é contratado para defesa de Elian

Republicano aparece na lista de advogados para atuar no caso da vereadora de Sto.André

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
03/12/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Ex-deputado estadual com reduto em Santo André, o advogado e pastor José Bittencourt (PRB) foi contratado para atuar na defesa da vereadora Elian Santana (SD), presa pela PF (Polícia Federal), acusada de envolvimento em esquema fraudulento no cadastro do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Ligado à igreja evangélica, assim como a parlamentar, o republicano aparece na lista de advogados constituídos para auxiliar no processo.

No grupo consta, além de Bittencourt, outros cinco defensores destacados no caso, incluindo Fabiana Fava Fonseca Simões, advogada que trabalhou no escritório político do ex-deputado em São Caetano. O rol contabiliza Alamiro Velludo Salvador Netto, Rodrigo Antonio Serafim, Guilherme Rodrigues da Silva e José Roberto Soares Lourenço. Todos eles fazem parte do corpo técnico à parte do gabinete de Elian na Câmara de Santo André. A vereadora está detida desde segunda-feira, no âmbito da Operação Barbour, mas até hoje não houve manifestação de sua parte.

A acusação aponta que organização criminosa agia no gabinete de Elian para burlar pedidos de aposentadorias especiais. Alguns deles, conforme a investigação, saíam em quatro minutos. O Diário procurou a defesa da vereadora no Legislativo – o gabinete chegou a ficar fechado durante dois dias após a efetivação de mandado de busca e apreensão no local, reabrindo no terceiro dia –, mas não obteve retorno, bem como entrou em contato no celular de Bittencourt e no escritório de Salvador, também sem sucesso. Nos bastidores, há relatos sobre colegas de Câmara que estariam ajudando Elian a instituir advogado no caso. Os bens da vereadora foram bloqueados.

Professor de Direito da USP, Salvador foi citado pelo desembargador João Pedro Gebran Neto em audiência do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) no voto em que registrou a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso em abril. O magistrado mencionou suposto texto em que o professor trata sobre o julgamento do Mensalão, quando não foi apontado ato de ofício dos condenados, como aconteceu na sentença do petista sobre o apartamento do Guarujá. Na avaliação de Salvador, a lei não permite que não seja identificado ato que vincule o acusado à benesse recebida.

Elian tem 47 anos e está no segundo mandato consecutivo. Disputou a vereança em três oportunidades (em 2008, pelo PV – ficou como suplente –, em 2012, pelo PTdoB, e em 2016, pelo SD). Ela é ex-mulher do ex-parlamentar Israel Santana (exerceu três mandatos, entre 1993 e 2004), que chegou a presidir a Câmara. À frente da mesa diretora, Israel colecionou polêmicas. A principal delas era em torno da denúncia de superfaturamento na compra de painel eletrônico do Legislativo, em 1999. Foi condenado em primeira instância, mas depois, inocentado.

 




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