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Divisão no governo traz novo panorama na eleição ao Estado

Depois de 24 anos de dinastia, PSDB parte para o páreo sem o comando de São Paulo e com grupo rachado

Por Daniel Tossato
06/08/2018 | 07:00
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 O pleito para o governo de São Paulo traz ingredientes distantes da política paulista há duas décadas e que devem fazer com que seja a eleição mais disputada em 28 anos. Com dez nomes na corrida eleitoral, o cenário apresenta um fator decisivo à competitividade: será a primeira vez, desde 1994, que o PSDB concorre sem ter o comando do Palácio dos Bandeirantes.

Em 1990, São Paulo vivenciou uma das eleições mais acirradas de sua história. Luiz Antônio Fleury Filho, pelo PMDB, e Paulo Maluf, pelo antigo PDS, duelaram cabeça a cabeça naquele pleito. Fleury venceu com 51,7% dos votos válidos. Maluf atingiu 48,3%.

Entretanto, por 24 anos, o Palácio dos Bandeirantes viveu uma hegemonia. Em 1994, Mario Covas (morto em 2001) venceu a eleição, dando início à dinastia tucana em São Paulo. Após sua morte, seu vice, Geraldo Alckmin (PSDB), herdou a cadeira, se reelegeu em 2002, fez o sucessor em 2006 (José Serra), retornou em 2010 e se reelegeu em 2014 – nos três últimos páreos eleitorais o PSDB venceu no primeiro turno. Porém, Alckmin fracassou na construção da unidade em seu grupo político.

Candidato à Presidência da República, ele precisou renunciar ao cargo de governador. Seu vice, Márcio França (PSB), tomou posse. Mas o PSDB local se recusou a apoiar a reeleição do socialista e lançou João Doria (PSDB), fenômeno eleitoral de 2016 ao se eleger prefeito da Capital no primeiro turno. Para concorrer ao Estado, porém, Doria teve de renunciar. Desagradou seus eleitores e aliados, entre eles o PSB de Márcio França, que esteve no arco de alianças de 2016. Os dois têm o maior tempo de exposição no horário eleitoral gratuito de TV e apostam nesse fator durante a eleição.

Para deixar o pleito ainda mais incerto, adiciona-se a essa briga governista o fato de Paulo Skaf (MDB), presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e pela terceira vez postulante ao cargo máximo de São Paulo, aparecer bem colocado nas pesquisas de intenções de voto. Na sexta-feira, levantamento realizado pelo Ibope, a pedido da TV Bandeirantes, o colocou na liderança, ultrapassando Doria. Skaf tem feito duras críticas à gestão do PSDB, inclusive em recente entrevista ao Diário. Ou seja, Skaf escolheu Doria como adversário direto no pleito e tem abusado da estratégia de se colocar como renovação diante de quadro inalterado de partido há duas décadas.

Correndo por fora ainda está o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho, candidato do PT no páreo. Sua campanha se tornou defesa irrestrita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso desde abril, mas líder nas pesquisas de intenções de voto à Presidência 




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