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Muçulmanos ultrapassam católicos
Do Diário do Grande ABC
06/05/2007 | 07:25
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A diferença entre católicos e muçulmanos deve crescer ainda mais até a metade deste ano. De acordo com projeções realizadas pelo Centro para o Estudo do Cristianismo Global do Seminário Teológico Gordon-Conwell, que publica a conceituada Enciclopédia Cristã Mundial, os adeptos do catolicismo terão 1,1 bilhão de praticantes contra 1,4 bilhão de muçulmanos. Entretanto, quando considerados os cristãos como um todo – que incluem católicos, protestantes e anglicanos –, os dados indicam supremacia, com quase 2,2 bilhões de pessoas.

Pelas estimativas de 2007, o hinduísmo, conjunto de tradições religiosas que se originaram principalmente na Índia, terá 888,3 milhões de seguidores. Em seguida, no ranking, está a população que se denomina sem-religião, que totalizará 787,2 milhões.

O contingente sem crença definida preocupa cada vez mais a Igreja, também no Brasil. As lideranças pentecostais apostam nesse público para aumentar o seu rebanho. Mas para o teólogo Eulálio Figueira, o clero não deve disputar “fregueses”.

“As diferentes denominações devem oferecer a seus fiéis aportes de criticidade que permitam uma orientação diante da tarefa de construir a existência. Nas sociedades pluralistas, precisamos reconhecer que homens e mulheres têm o direito independente de poder responder com consciência e competência aos desafios que a vida nos faz cotidianamente”, diz.

A tarefa é nova. No começo do século XX, os católicos eram maioria em todo o mundo. Somavam 266,5 milhões contra 199,9 milhões de muçulmanos. A vantagem, aos poucos, foi diminuindo e, em 2000, a situação se inverteu. Os católicos eram 1,05 bilhão contra 1,2 bilhão dos muçulmanos.

Anos mais tarde, entre 2004 e 2005, o número aumentou novamente. Segundo o Anuário Pontifício do Vaticano, de 2007, os católicos passaram a 1,115 bilhão, índice acima do crescimento da população mundial no período.

Para a professora de Sociologia das Religiões Maria Immacolata Maciotti, da Universidade La Sapienza, em entrevista à rede BBC, o catolicismo pode estar perdendo fiéis, mas isso não significa diminuição de poder. Para a especialista, a Igreja Católica “é uma instituição duradoura e radicada em nível mundial.”

Durante visita ao Brasil, o papa Bento XVI participará da V Celam (Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe), revelando que o continente é de suma importância para o catolicismo mundial. Cerca de 426 milhões de pessoas se dizem católicas na região, o que significa 80,2% do total desta população.

E para manter este rebanho, a igreja promete discutir o tema da desigualdade social que impera no continente. O porta-voz da Celam, padre David Gutierrez, declarou recentemente que a globalização e a economia neoliberal agravaram as condições da população mais pobres e que os bispos continuarão trabalhando com os setores menos desfavorecidos.

As Conferências Gerais visam descobrir aspectos positivos e negativos, identificam problemas comuns, e deliberar de comum acordo sobre as soluções e linhas de ação pastoral.




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