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Palocci descarta mudança na meta de inflação para 2005
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21/04/2004 | 00:20
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O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, reuniu-se nesta terça-feira com o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e logo na saída do encontro negou qualquer estudo sobre o aumento da meta de inflação em 2005 de 4,5% para 5,5%. Palocci, porém, não foi tão convincente quando questionado se acreditava que a meta fixada em 4,5% para a inflação no ano que vem é a ideal e não precisa de alteração. 'Esse assunto não está na pauta. Debati com Mercadante quando o visitei aqui e quando voltar vou debater de novo porque acho democrático. Acho correto e legítimo o debate. Mas essa mudança de metas não está na pauta do governo', disse.

Diante da insistência de jornalistas para saber por que ele não via necessidade em mudança, repetiu apenas a mesma afirmação: 'Isso não está na pauta." Palocci disse, entretanto, achar legítimo que outras pessoas proponham esse debate. 'Faz parte da democracia.'

O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, alertou para o risco de uma mudança na meta de inflação de 2005 se tornar um 'atalho' para que os juros não caiam. 'É curioso. Existe a possibilidade de se aumentar a meta, a inflação acelerar e os juros nominais não caírem', ponderou, durante a divulgação dos números do superávit primário do governo central.

Na sua opinião, a possibilidade de elevação da meta tem de ser muito bem 'discutida e ponderada', com uma avaliação das vantagens e desvantagens da mudança para a economia brasileira, principalmente sobre as expectativas de inflação. 'Poderia ser muito ruim mudar as expectativas de inflação. Hoje já estamos nos aproximando da meta porque as pessoas têm a expectativa de que o governo vai dar continuidade na política', comentou.

Segundo ele, a continuidade das políticas contribui para os agentes econômicos tomarem as decisões de investimento. Ele chamou atenção para o fato de que 'estabilidade nas expectativas de inflação' tem papel fundamental para o que o Tesouro Nacional continue vendendo títulos prefixados - considerados melhores para administração da dívida pública. 'Dúvidas sobre as expectativas de inflação podem ter o efeito de diminuir a demanda por papéis prefixados', avaliou Levy. 'Temos de ter cuidado porque quem comprou os papéis prefixados achava que a inflação ficaria bem comportada e que o governo vai dar continuidade aos seus compromissos', acrescentou.

Ele fez questão de ressaltar que a demanda por esses papéis é crescente, lembrando que em março 93% das emissões do Tesouro foram de títulos prefixados, as LTNs. Ele ressaltou ainda que no mês passado o estoque de LTNs era 7,5 vezes maior do que há 12 meses, enquanto o estoque de títulos cambiais havia caído pela metade, representando hoje menos de 20% do estoque de prefixados.




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