Do Brasil ao Líbano, os franceses no exterior se mobilizaram maciçamente, neste domingo, para votar no primeiro turno das eleições presidenciais que elegerão o sucessor de Jacques Chirac. Cerca de 820 mil eleitores residentes fora do território francês se inscreveram em seus respectivos consulados, mais que o dobro das últimas eleições presidenciais, ocorridas em 2002.

Em Madri, centenas de pessoas faziam uma longa fila em frente ao consulado da França. Aproximadamente 50 mil eleitores franceses estão inscritos na Espanha. Os velejadores franceses que participam da Copa Louis Vuitton na cidade espanhola de Valência, liderados por Sebastien Col, do "Areva Challenge", votaram na seção eleitoral instalada na cidade.

A afluência também foi importante nas seções da Suíça, onde vive a maior comunidade francesa no exterior, bem como em várias capitais européias, como Bruxelas, na Bélgica, e Londres, na Inglaterra.

Os franceses residentes no continente africano, tradicionalmente os últimos a votar por causa do fuso horário, foram às urnas um dia antes de seus compatriotas na França e no resto do mundo. Na América Latina, 54 mil franceses se inscreveram para votar: 10,9 mil no Brasil, 11,6 mil na Argentina e 9,8 mil no México.

Os eleitores franceses foram às urnas também em outras cidades do mundo, como em Beirute, no Líbano, onde dispuseram de medidas excepcionais de segurança. Os 'capacetes azuis' enviados pela França para integrar a Força Interina da ONU (Organização das Nações Unidas) no Líbano votaram no centro cultural francês de Sidon (sul).

Estão à disposição dos eleitores franceses 547 seções eleitorais distribuídas no mundo, contra as 206 disponibilizadas em 2002 para o primeiro turno, o que exigiu uma mobilização logística sem precedentes. O voto dos franceses residentes no exterior, que representa uma incógnita para os analistas, poderá pulverizar o resultado destas eleições, nas quais mais de um terço dos eleitores se dizem indecisos sobre em quem votar para presidente da República.