A eleição municipal deste ano mostra uma particularidade. PT e PSDB, adversários históricos, parecem estar cada vez mais deixando as diferenças de lado para construir projetos em conjunto. O veto da direção nacional petista à aliança entre os dois partidos na capital mineira Belo Horizonte é um dos poucos movimentos que demonstram resistências quanto à união.

Apesar do cenário, o presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini, não acredita em uma proximidade entre as siglas em níveis estadual e federal. "É muito difícil. PT e PSDB têm programas muito diferentes para o Brasil, visões distintas sobre como gerir o País.

É só ver o que aconteceu no governo FHC, com desemprego, estagnação econômica e privatização de maneira obscura. Enquanto no governo Lula tivemos crescimento econômico, geração de emprego, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Essa avaliação vale para a maioria dos Estados, onde acredito não haver espaço para a aproximação."

Para Berzoini, a disputa em âmbito municipal é diferenciado. "Em pequenas e médias cidades, principalmente, existe a possibilidade de conjunção de interesses de partidos que no plano nacional disputam ferrenhamente a política nacional desde que não afete o conteúdo programático individual de cada legenda."

Foi o que ocorreu em Belo Horizonte, mesmo contrariando vontade de Lula. "Depois de discutirmos à exaustão essa questão, avaliamos que a aliança afetaria o debate nacional. É óbvio que cada caso é um caso. Mas temos de tentar errar pouco para ajudar no crescimento do partido", emendou.