Política Titulo São Bernardo
70% dos ganhos da OAS
são pagos por Marinho

Prefeitura de S.Bernardo pagou para empreiteira R$ 1,032 bi
do total de R$ 1,485 bilhão recebido de sete cidades paulistas

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
04/12/2012 | 07:00
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O Paço de São Bernardo, comandado por Luiz Marinho (PT), destinou 69,55% de toda verba arrecadada pela Construtora OAS em contratos firmados com prefeituras no Estado. Entre 2009 e 2012, a empreiteira recebeu R$ 1,032 bilhão do município administrado pelo petista, do R$ 1,485 bilhão em acordos feitos em sete cidades paulistas.

Os dados são do Portal do Cidadão, do TCE (Tribunal de Contas do Estado), que mostra informações atualizadas dos pactos feitos entre OAS e Marinho, incluindo contratos firmados recentemente, aditivos autorizados até setembro, valores quitados e recursos empenhados pelo Executivo para pagamentos por serviços admitidos pela empresa. O site apresenta recursos recentes, que adicionam R$ 297 milhões aos R$ 735 milhões despendidos pelo Executivo até julho (segundo dados do Siapnet, também do TCE) revelados pelo Diário na semana passada.

A OAS foi contratada em outros seis municípios no Estado: Araçatuba (gerida por Cido Sério-PT), Barueri (Rubens Furlan-PMDB), Guarulhos (Sebastião Almeida-PT), Limeira (Orlando Zovico-PDT), Mogi das Cruzes (Marco Bertaiolli-PSD) e Osasco (Emídio de Souza-PT).

Segunda e quarta colocadas no ranking de PIB (Produto Interno Bruto) e à frente de São Bernardo (quinto lugar) na listagem, Guarulhos e Osasco são responsáveis por 3,06% da receita da OAS com cidades do Estado. Na sexta posição, Barueri corresponde por 13,16% das verbas públicas endereçadas à empreiteira.

A centralização de recursos em São Bernardo cresce desde 2009, quando encaminhou 23,9% do dinheiro da OAS (R$ 41,8 milhões dos R$ 174,8 milhões). Em 2010, os contratos com a administração Marinho já respondiam por 59,7% do orçamento da empresa em obras públicas municipais (R$ 185,4 milhões dos R$ 310,7 milhões). Um ano depois, a cartela de obras do governo petista representou 88,2% da receita da OAS com poderes públicos (R$ 562,4 milhões dos R$ 637,3 milhões).

Até setembro, a Prefeitura de São Bernardo tinha transferido R$ 243,2 milhões aos cofres da OAS. O valor representa 67,1% dos R$ 362,4 milhões do montante arrecadado pela empreiteira em obras pelo Estado.

Uma das obras executadas pela OAS em São Bernardo foi contestada pela assessoria técnica do TCE, que identificou irregularidades na licitação para a intervenção do Ribeirão dos Couros, no valor de R$ 146,5 milhões. Segundo o departamento, há indícios de que o certame foi dirigido, pois cláusulas restringiam participação de outras empresas no processo. O Ministério Público investiga o caso.

Questionado novamente sobre os indícios de irregularidades e sobre eventuais privilégios à OAS, Marinho não quis se pronunciar. A empreiteira também refuta dar explicações sobre o caso.

 




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