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Acorda ABC espera 500 pessoas em seminário

Debate vai discutir cooperação entre militares brasileiros e chilenos durante as ditaduras nos países

Por Cynthia Tavares
23/09/2013 | 07:15
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Após meses de preparação, o seminário internacional para discutir parceria entre Brasil e Chile durante o regime militar brasileiro (1964-1985) será realizado amanhã, às 15h. A iniciativa é do grupo Acorda ABC, que pretende resgatar a memória de militantes do Grande ABC nos anos de chumbo. A organização pretende reunir 500 pessoas no auditório da Universidade Anhanguera, em Santo André.

O seminário vai ter a presença de quatro chilenos que lutaram contra a ditadura. Todos têm ligação com a ala sindical até os dias de hoje. Pascal Allende, sobrinho do ex-presidente Salvador Allende e um dos fundadores do MIR (Movimiento de Izquierda Revolucionario), era aguardado, mas cancelou a participação por problemas de agenda.Um dos depoimentos mais esperado é da educadora Camila Lorena Donato Pizarro, que até hoje não sabe do paradeiro de seus avós, desaparecidos desde o regime militar chileno.

Pesquisas apontam que a Operação Condor – aliança político-militar entre Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai para eliminar líderes de esquerda na América Latina – foi o começo de uma parceria entre brasileiros e chilenos. Os militares trocavam até técnicas de tortura.

O pesquisador e coordenador do projeto, Cido Faria, destacou que diversos universitários foram convidados e irão comparecer ao debate. “A expectativa é grande, principalmente por causa do interesse das pessoas com relação ao tema. Há um profundo desconhecimento da época da ditadura militar, não só no Brasil como na América Latina. Tivemos uma longa história de golpes, massacres e assassinatos e nós, brasileiros, muitas vezes demos às costas para nossos irmãos latinos”, avaliou.

Cido destacou que a presença de jovens será importante para traçar um panorama entre a juventude engajada na década de 1960 e a juventude atual. “Queremos debater como jovens de hoje olham o período da ditadura militar e quais foram os projetos dos jovens de 1970 e os projetos dos jovens de hoje”, ressaltou.

Para conseguir atrair mais a juventude, o coordenador tem usados as redes sociais. “Estamos fazendo uma mobilização na internet para divulgar o trabalho, pois os jovens usam muito essa ferramenta”, disse.

Apesar da morte de Adonis Bernardes, um dos fundadores do Acorda ABC, na semana passada, toda programação do seminário foi mantida. Hoje o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), concede entrevista coletiva sobre o tema. A Prefeitura é parceira do seminário.




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