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Adoçante em excesso pode ocasionar tumores
Por Paula Nunes
Do Diário do Grande ABC
11/07/2006 | 08:01
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Pesquisa do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) aponta que o principal edulcorante utilizado pelos fabricantes de bebidas light ou diet, além de alguns dos adoçantes de mesa, o ciclamato sódico, quando consumido em excesso pode desenvolver tumores cancerígenos. Na pesquisa, o instituto questiona a falta desta informação nos rótulos dos produtos. “O que mais nos assustou neste levantamento é que a quantidade ingerida nem precisa ser muito grande”, disse o coordenador executivo da entidade, Marcos Pó.

Pelo levantamento do instituto, uma criança de 30 kg não pode beber mais do que uma lata de soda diet em um mesmo dia, ou estará utrapassando o IDA (Ingestão Diária Aceitável) do ciclamato sódico. No caso de adulto, o consumo máximo é de 2,8 latas diárias. A ingestão exagerada e prolongada deste tipo de adoçante pode levar, em médio e longo prazos, a alterações genéticas, atrofia dos testículos nos homens e até ao desenvolvimento de tumores cancerígenos. A constatação foi feita com base em estudos internacionais do Codex Alimentarius, instituição de pesquisa ligada à FAO (Organizações das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) e a OMS (Organização Mundial da Saúde).

A crítica foi levada até a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e aos fabricantes dos produtos. Hoje, só existem informações no rótulo sobre o edulcorante utilizado e sua quantidade, mas as empresas não especificam o IDA.

De acordo com Marcos Pó, representantes de cada um desses setores irão reunir-se na semana que vem para debater a questão. “Os fabricantes acreditam que a informação não deva ser dada no rótulo e, sim, informada pelo SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor)”, explica.

Opções no mercado

Aspartame
(artificial/não calórico)

Há dúvidas se o produto faz mal à saúde. Pesquisas científicas atestam a segurança do aspartame, desde que consumido dentro dos limites estabelecidos. Por outro lado, existem outras fontes que o consideram inseguro. A European Ramazzini Fundation of Oncology and Environmental Sciences (ERF), instalada na Itália, divulgou um estudo feito com 1.800 ratos mostrando que o aspartame é um agente cancerígeno. É contra-indicado aos portadores de uma deficiência rara, a fenilcetonúria, na qual o organismo é incapaz de metabolizar a fenilalanina.

Ciclamato sódico
(artificial/não calórico)

Aprovado em diversos países, inclusive no Brasil, mas não nos Estados Unidos. Uma das suspeitas é que a substância causaria tumores em ratos. Em 1985, novos estudos concluíram que o edulcorante não era cancerígeno. Cinqüenta vezes mais doce que o açúcar, é contra-indicado para hipertensos e portadores de problemas renais.

Sacarinas
(artificial/não calórico)

Sódica ou cálcica, a primeira substância adoçante sintética a ser descoberta (1878). Tem poder adoçante 500 vezes maior do que o açúcar e também não é indicada para hipertensos e doentes renais. A substância é suspeita de provocar câncer e quase foi proibida para uso nos Estados Unidos em 1977.

Acessulfame-k
(artificial/não calórico)

Adoça 200 vezes mais que o açúcar e é igualmente desaconselhável para hipertensos e portadores de doenças renais.

Sucralose
(artificial/não calórico)

Não tem contra-indicações.

Steviosídeo
(natural/não calórico)

É a melhor opção para quem deseja manter a dieta. É extraído da planta Stevia Rebaudiana, originária da fronteira do Brasil com o Paraguai. Não possui contra-indicações, mas deve ser consumido com moderação pois pode elevar a taxa glicêmica e provocar diarréia. Seu poder adoçante é 300 vezes maior do que o açúcar.

Lactose
(natural/calórico)
Carboidrato extraído do leite. Pessoas com intolerância à lactose devem evitá-lo. A substância, no entanto, não oferece riscos a diabéticos.

Frutose
(natural/calórico)

Extraído do açúcar das frutas, de alguns vegetais e do mel, pode ser consumido por diabéticos, sob orientação médica, mas é desaconselhado para regimes de emagrecimento por ser calórico. O consumo em excesso pode elevar os triglicérides e dificultar a absorção do cobre, importante na síntese da hemoglobina.

Sorbitol
(natural/calórico)
Adoça igual ao açúcar e se transforma em frutose ao ser ingerido. Desaconselhável para pessoas obesas e diabéticos que não controlam bem a dieta. Assim como o manitol e o xilitol, pode acarretar perda de cálcio pelo organismo, entre outros minerais, favorecendo a formação de cálculos.

Manitol
(natural/calórico)
Adoça 70% mais que o açúcar. Em doses excessivas, pode funcionar como laxante. Não oferece riscos a diabéticos.

Xilitol
(natural/calórico)
Tem sabor muito parecido com o açúcar e é recomendado na prevenção de cáries, mas nas primeiras ingestões, pode causar diarréia.

Maltodextrina
(natural/calórico)
Extraído do milho, é mais usado como diluente nos adoçantes artificiais. Adoça 50% mais que a sacarose.

Dextrose
(natural/calórico)
Também derivado do milho e muito usado em alimentos dos mais variados tipos. Adoça 70% mais que a sacarose.



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