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O grito do Nicolau Delic. E o Paço é construído

O jornalista Hermano Pini Filho lembra detalhes significativos da construção do pioneiro Paço Municipal de São Caetano. Foi há 50 anos...

Por Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
03/09/2009 | 00:00
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O jornalista Hermano Pini Filho lembra detalhes significativos da construção do pioneiro Paço Municipal de São Caetano. Foi há 50 anos. E neste 2009 o velho prédio é revitalizado pela Prefeitura. Em 1960, numa audiência na Caixa Econômica, Hermano acompanhou o prefeito Oswaldo Samuel Massei. A audiência virou notícia. Mas os pormenores só agora são revelados.

Massei cumpre uma promessa de campanha

Texto: Hermano Pini Filho

O Centro Cívico do projeto inicial do Paço Municipal de São Caetano ficou engavetado. Faltou dinheiro, na ocasião. Se construído em sua totalidade, acabaria criando problema ao alargamento de Avenida Goiás, obra realizada cerca de 10 anos depois, na segunda gestão do prefeito Walter Braido.

Ao chegar à Prefeitura em 1957, o prefeito Massei trazia a promessa de construir o Paço Municipal, um dos pontos fortes da campanha que o levou ao cargo. Os recursos financeiros eram então escassos.

Para mostrar que a Prefeitura estava sem dinheiro, Massei colocou um passe da Light em quadro envidraçado, emoldurado, bem à vista em seu gabinete. Aos que lá iam e indagavam de que se tratava, Massei respondia que era todo o dinheiro que encontrara no cofre da Prefeitura, ao assumir.

O tal passe era um papelzinho amarelo que a Light, empresa que explorava o serviço de transporte na Capital, vendia ou dava como troco, aos passageiros dos bondes. Tinha modesto valor e circulava amplamente também no comércio, dado como troco à falta de moeda legal, escassez bem conhecida na época da guerra de 1939 a 1945.

O prefeito Massei esperava contar com empréstimo solicitado à Caixa Econômica Estadual (hoje Banco Nossa Caixa). Como a liberação dos recursos demorava, certa manhã, num dia dos primeiros meses de 1960, o prefeito procurou saber do presidente da instituição, na época Teófilo Ribeiro de Andrade Filho, da demora na liberação do empréstimo. Foram à sede da Caixa, na Capital, quatro pessoas: além do prefeito, Antônio Caparrós Guevara, Nicolau Delic e eu.

No encontro, o presidente da Caixa logo avisou que o governador - era Carvalho Pinto - recomendara parcimônia na liberação de empréstimos. Claro ficou que estava difícil a aprovação, naquele momento, do pleito de interesse de São Caetano. Aconteceu então inesperada intervenção de Nicolau Delic, que falou com voz potente proporcional aos seus mais de 100 quilos de peso, que a demora na liberação retardaria a conclusão do prédio do Paço Municipal, cujas obras iam já em meio. A incisiva, firme intervenção de Delic foi, vale repetir, de total surpresa para os presentes.

Seja como for o empréstimo foi logo liberado, o Paço ficou pronto a tempo de ser inaugurado no início de 1961, poucos dias antes de findar o mandato do prefeito Massei. Faltou a edificação que ficaria na frente do maciço que lá está, onde se instalaria a Câmara Municipal, o Fórum, também a Biblioteca Municipal. Agora, com atraso de 48 anos, o conjunto arquitetônico que, com justiça, passa a chamar-se Oswaldo Samuel Massei, de algum modo lembra, claro que com sensíveis diferenças, o projeto original.

Milza Maria Martins da Cunha Garcia

(São Paulo, 3-10-1942 - Santo André, 19-7-2009)

Do Hospital Brasil, em Santo André, Milza não descuidava de uma de suas paixões: a Rede Feminina de Combate ao Câncer de São Caetano. E do seu leito comandava a organização da próxima bacalhoada beneficente.

Ela somava mais de 11 anos como voluntária da Rede, agora na condição de presidente, com mandato até 2010. Atuava também como diretora social da Rede Estadual.

Mantinha identificação dupla, com a Rede e com São Caetano. Chegou jovem à cidade. Aqui se casou com Ubiratan Dornerice Garcia e deu à luz seus dois filhos, Josimara Helena e Ubirajara Júnior.

Formou-se em Ciências Contábeis pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Dedicou-se ao comércio. Falava o italiano e o inglês e adorava computação. Milza idealizava, ao lado da amiga Vera Monari (presidente estadual da Rede Feminina de Combate ao Câncer) e outras colegas, os convites, cartões, banners e clipes de divulgação da Rede, por gosto e como forma de economizar.

Neste ano de 2009 Milza inovou nas campanhas. Envolveu as escolas municipais de São Caetano na campanha de bolacha e gelatina. Tudo para que os assistidos recebessem o conforto de uma plêiade de voluntárias.

A bacalhoada que idealizava foi adiada e agora remarcada para 13 de setembro no Centro Recreativo João Nicolau Braido, com a saudade de todos que a conheceram.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Domingo, 2 de setembro de 1979

Política - Políticos do Grande ABC acham certo o fim dos atuais partidos, Arena e MDB.

Ribeirão Pires - Família Oliva ganha causa na Justiça em torno do antigo morro de Santo Antonio.

Imprensa - Prefeitura lança o "Santo André em Notícias".

Editorial - Ainda se aguarda a reforma dos costumes.

Futebol - Clássico no Baetão: Aliança, de São Bernardo, e EC Santo André jogam hoje pela 13ª vez. Retrospecto: três vitórias do Aliança, duas do Santo André e sete empates.

Cultura - Sonia Guedes: "A saída para o grande público é a televisão".

Crônica 1 - Roterdan Cravo: "Tentei pegar a inflação, mas quase fui atropelado".

Crônica 2 - César Prieto: "Realidade nacional desmoraliza fantasioso milagre brasileiro".

Crônica 3 - Guido Fidelis: "Médico da Saúde encontra alimento ideal para acabar com a fome".

EM 3 DE SETEMBRO DE...

1939 - Delcy Ellender Marques, a craque de basquete Delcy do São Caetano EC, nasce em Curitiba.

1969 - Inaugurado o posto de saúde de Paranapiacaba pela Fundação de Assistência à Infância de Santo André (Faisa).

HOJE

Dia das Organizações Populares, Dia Nacional do Biólogo e Dia do Guarda Civil.

SANTOS DO DIA

Aristeu, Basilissa e Gregório Magno (papa, Roma: 540-604).




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