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Ahmed Qorei volta atrás e não renuncia
Por Da AFP
27/07/2004 | 09:26
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O primeiro-ministro palestino Ahmed Qorei retirou nesta terça-feira seu pedido de demissão, após um acordo com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Yasser Arafat, dez dias depois de ter anunciado sua intenção de deixar o governo.

"O presidente Arafat rejeitou (minha renúncia) e obedecerei à sua decisão", afirmou Qorei aos jornalistas. "Espero que possamos trabalhar juntos", acrescentou, após uma reunião de seu gabinete em Ramallah, Cisjordânia.

Qorei havia apresentado sua renúncia em 17 de julho, depois de uma onda sem precedentes de incidentes e de seqüestros na Faixa de Gaza que manifestaram o caos que existe nos territórios palestinos.

Submetido a fortes pressões da comunidade internacional, Arafat aceitou ceder alguns de seus poderes sobre o serviço de segurança em favor do premiê que deve assumir o controle do Ministério do Interior.

"Se Deus quiser, esta reunião terá resultados positivos que permitirão sair da crise", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Nabil Chaath, aos jornalistas antes da reunião do gabinete.

O esperado fim da crise ocorre após longas mediações, incluindo a de uma comissão parlamentar que serviu de ponte entre Arafat e Qorei. Segundo um membro desta comissão, Hatem Abdel Qader, o conflito entre os dois homens deve ser resolvido nas próximas 48 horas.

"Esperamos uma solução política e de segurança depois de um encontro positivo que tivemos com o presidente Arafat na segunda-feira à noite", disse Abdel Qader. "O presidente Arafat aceitou colocar o Ministério do Interior sob controle do premiê e instruiu o procurador-geral para iniciar as investigações sobre a corrupção", acrescentou o parlamentar.

Vários dirigentes, entre eles o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, e o Alto Representante para a Política Exterior da União Européia, Javier Solana, pressionaram Arafat para que delegasse seus poderes.

Confrontos - Paralelo a essa questão, os soldados israelenses mataram dois palestinos e feriram outros seis, entre eles duas crianças, durante confrontos num bairro no leste da cidade de Gaza, segundo fontes hospitalares palestinas. O número de mortos desde o início da Intifada (revolta palestina contra a ocupação israelense), no final de setembro de 2000, chega a 4,2 mil, sendo 3.203 palestinos e 926 israelenses.




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