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Interpol busca iranianos acusados pela Argentina
Por Da AFP
15/03/2007 | 16:40
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A Interpol anunciou nesta quinta-feira que lançará no dia 31 de março uma ordem de busca e captura internacional para extraditar os seis dirigentes iranianos acusados pela justiça argentina de participar do atentado contra uma organização judia em 1994, em Buenos Aires.

A polícia internacional, com cede na cidade francesa de Lyon, esclareceu, no entanto, que as ordens não afetarão o ex-presidente Akbar Hachemi Rafsandjani, o ex-ministro das Relações Exteriores, Ali Akbar Velayati, assim como o ex-embaixador do Irã em Buenos Aires, Hadi Soleimanpour, apesar do pedido de Buenos Aires.

A justiça de Buenos Aires os acusa de autoria do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que deixou 85 mortos e 300 feridos, em represália pela suspensão de um plano de cooperação nuclear com Teerã por parte do governo de Carlos Menem (1989-1999).

O juiz argentino Rodolfo Canicoba Corral enviou em novembro pedidos para a captura de oito ex-altos funcionários de Teerã à Interpol, entre eles o ex-presidente Ali Rafsandjani, que ficou no poder de 1989 a 1997, e um funcionário da Segurança Exterior do Hezbollah, Imad Fayez Mughniyah.

"Depois de examinar os documentos escritos e ouvir as explicações verbais apresentadas por ambos os países, o Comitê Executivo decidiu referendar e aprovar a solicitação das ordens de busca", conhecidas como "red notices", informou a Interpol em comunicado.

Além de Imad Fayez Mughniyah, são objeto destas ordens de busca Ali Fallahijan, ex-ministro da Inteligência e Segurança, Mohsen Rabbani, ex-conselheiro cultural da embaixada do Irã em Buenos Aires, Ahmad Reza Asghari, ex-terceiro secretário da embaixada, Ahmad Vahidi e Mohsen Rezai, ex-funcionários dos Guardiães da Revolução.

Desde novembro, o comitê executivo da Interpol tenta encontrar uma solución justa para a disputa entre as duas nações, uma vez que ambas figuram entre seus membros. "As duas partes foram tratadas com eqüidade e imparcialidade pela Interpol e as regras da organização foram aplicadas escrupulosamente ao longo do procedimento", garantiu no comunicado o diretor da Interpol, Jackie Selebi.

As ordens de captura contra os seis homens passam a valer a partir do último dia do mês de março, a menos que o escritório nacional da Interpol no Irã ou na Argentina apelem por escrito contra a decisão.

Se isso ocorrer, o assunto poderá ser submetido à Assembléia Geral, órgão reitor supremo da organização internacional, em sua próxima reunião, que acontecerá em Marrakesh (Marrocos) de 5 a 8 de novembro de 2007.

A questão estremeceu as relações entre o Irã e a Argentina nos últimos anos, ainda que nenhuma ação legal iniciada por Buenos Aires tenha prosperado até agora.

Em novembro de 2006, quando o juiz Canicoba Corral emitiu finalmente seu pedido à Interpol, a tensão chegou a tal ponto que uma ruptura diplomática entre os dois países chegou a ser cogitada.




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