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Osama bin Laden e aliados ainda desafiam o mundo após cinco anos
Por Da AFP
09/09/2006 | 20:25
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Cinco anos após os atentados do 11 de Setembro contra Nova York e Washington, o mentor dos ataques, Osama bin Laden, segue em liberdade, enquanto o suposto cérebro da ação, Khaled Mohammed, permanece detido pela CIA (agência americana de inteligência) em um local secreto.

O governo dos Estados Unidos promete uma recompensa de US$ 27 milhões pela captura de Bin Laden, a quem o presidente americano, George W. Bush, afirmou que quer “vivo ou morto”. No mês passado, Bush voltou a dizer que a prisão de Bin Laden é apenas uma questão de tempo, mas o líder da Al-Qaeda continua desafiando os principais serviços de inteligência do planeta.

Considerado o “cérebro” dos ataques do 11 de Setembro, Khaled Mohammed foi preso em 2003 no Paquistão e, segundo a organização Human Rights Watch, de defesa dos direitos humanos, estaria detido agora em uma prisão secreta da CIA fora dos Estados Unidos.

Os americanos também prenderam Ramzi bin al-Shibh, considerado um dos tesoureiros da Al-Qaeda, particularmente da operação realizada em 11 de setembro de 2001. Detido em Karachi, Paquistão, em 2002, o suposto terrorista também está em uma prisão fantasma da CIA. Abu Zubaida, considerado por Washington como um dos chefes militares da Al-Qaeda, foi preso em março de 2002 no Paquistão e é outro detido em local secreto.

Até o momento, a única pessoa julgada pelos atentados do 11 de Setembro foi o francês Zacarias Moussaoui, condenado à prisão perpétua em 4 de maio passado por cumplicidade nos atentados. Moussaoui admitiu sua culpa e depois voltou atrás na confissão. Em uma mensagem divulgada em 23 de maio, Bin Laden descartou o envolvimento de Moussaoui nos atentados.

Os Estados Unidos afirmam que capturaram ou mataram mais de 70% dos líderes da Al-Qaeda. Considerado um dos organizadores dos atentados do 11 de Setembro, Mohammed Atef foi morto em novembro de 2001, durante um bombardeio aéreo americano contra o sul de Cabul.

Ayman al-Zawahiri, braço direito de Bin Laden e personagem constante nos vídeos difundidos pela Al-Qaeda, continua como o número dois da lista dos mais procurados do FBI, que tem ainda o líder talibã mulá Omar, por quem os Estados Unidos oferecem US$ 25 milhões.

Apesar das declarações dos EUA, a rede Al-Qaeda e seus aliados talibãs prosseguem com sua luta no Afeganistão e no Paquistão, onde “a guerra contra o terrorismo” está longe de ser vencida, na opinião de vários especialistas em assuntos internacionais.

Paquistão e Afeganistão aparecem com regularidade na maior parte dos atentados realizados ou planejados contra os interesses ocidentais.   No Afeganistão, uma onda de atentados suicidas com a marca da Al-Qaeda começou no verão de 2005 contra as tropas estrangeiras, em especial a americana. “Temos detido equipes inteiras que preparavam atentados terroristas, a maioria reaparece com novos militantes, mais decididos e perigosos”, afirmou um dos mais altos funcionários dos serviços paquistaneses de segurança. “A queda dos talibãs no Afeganistão desestabilizou a Al-Qaeda, mas o Iraque e agora o Líbano renovam a militância”, disse outro responsável destes serviços que exigiu o anonimato.

Dois dos quatro camicases britânicos dos atentados de julho de 2005 em Londres estiveram em contato com a Al-Qaeda no Paquistão e, no início deste mês de agosto, a detenção no Paquistão do britânico Rashid Rauf permitiu, segundo autoridades, descobrir um vasto complô terrorista contra aviões comerciais.

“Está claro que a Al-Qaeda opera na região” , afirmou recentemente o general John Abizaid, chefe do Estado Maior americano, que supervisiona as operações militares no Afeganistão.



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