São inegáveis os benefícios do uso da bicicleta, seja como forma de lazer, esporte ou meio de transporte. Além de contribuir para a melhora da saúde, ainda ajuda a baixar os níveis de poluição do ar. Tanto é que em países desenvolvidos elas ocupam papel de destaque na mobilidade urbana. Incentivar a utilização das bikes e cuidar da segurança dos ciclistas, mais do que nunca, devem estar entre as prioridades dos gestores públicos.

E uma das formas de garantir a integridade de quem pedala é a criação de espaços segregados, onde possam se locomover de forma que não sejam ameaçados pelos carros. E a forma mais comum de isso ser colocado em prática é com a adoção de ciclovias, por onde eles possam se deslocar com mais tranquilidade. 

São Caetano, cidade que se tornou conhecida nacionalmente por ter o melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do País, tem planos de implantar mais 12 quilômetros de ciclovias e 5,8 quilômetros de calçadas acessíveis e permeáveis. 

O que parece ser uma decisão digna de elogios perde o brilho quando outros números envolvidos no plano de expansão são analisados. O que mais chama atenção é o valor a ser investido. A Prefeitura, que interinamente é comandada por Tite Campanella, estima gastar R$ 15,1 milhões nas intervenções. Na divisão simples, cada quilômetro sairá por R$ 842,7 mil. Dinheiro que virá do governo federal.

Valores que levaram o promotor José Roberto Fumach Júnior a instaurar inquérito para apurar superfaturamento no contrato firmado entre o Paço e a empreiteira Emparsanco. O representante do Ministério Público pede à Caixa, TCU (Tribunal de Contas da União) e CGU (Controladoria Geral da União) que informem se o preço médio tem semelhança com outros acordos parecidos. 

Com a palavra o Palácio da Cerâmica. O prefeito, seja interino ou efetivo, tem a obrigação de mostrar para onde irá cada real direcionado à obra. A ciclovia é importante. Mas é essencial que não pairem dúvidas sobre a sua legitimidade.